UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Poesia ao Luar



Vôo em nuvens macias de algodão,
espreitando, de perto, cada estrela,
sentindo a intensidade da coloração,
tocando algumas, só as mais belas.

Chego pertinho da lua prateada...
Rendo - me totalmente ao seu fascínio!
Fico cada vez mais e mais encantada,
e quedo-me, diante dela, em silêncio.

É de uma gigantesca beleza,
iluminando com seus raios a Terra,
alterando os fenômenos da natureza...

Procuro pincéis entre as serras
e num arco-íris ponho-me a pintar
versos de amor dedicados ao luar.

(Autora: Ilze Soares)

Nenhum comentário: