UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 30 de setembro de 2012

Boa Noite!

Sua Amizade...

Boa Semana!

Feliz Domingo!

Boa Tarde!

Beija-Flor


... divina criaturinha,
visitante dos jardins.
De flor em flor,
sorvendo o néctar.
Colorida criaturinha,
visitante efêmera,
plantando sorrisos,
em todos os que a observam
em seu divino trabalho,
que é, levar por onde passa,
somente a felicidade,
mas, que ao partir,
deixa um rastro...
... de saudade...

(Autora: Cris Oliveira)

A Importância de Ser Mulher


O mundo estava em trevas.

Surgiu a Lua e com ela as sombras.
A Lua é feminina. O Sol é masculino.
A luz da Lua é extraordinariamente bela.
A luz do Sol é extremamente necessária.
Durante a noite a luz é mais necessária
do que durante o dia.
Na escuridão da noite,
a tocha é carregada pela mão da mulher,
pois ela é naturalmente portadora da Luz,
pois ela é aquela que DÁ A LUZ.
A mulher carrega com firmeza, a tocha da Luz,
para iluminar com suavidade o ambiente,
mostrando com precisão o próximo passo a ser dado.
Na claridade do dia as coisas são vistas com nitidez,
mas é com o excesso da luz do Sol
que os olhos ficam cegos para seguir adiante.

(Autor: Neida Rocha)

Utopia


Sou só,
Como um navio num cais,
à espera de um navegador.
Como uma folha que cai,
tão seca e sem vida eu sou.
Tento às vezes, clamar por ajuda,
gritar por alguém...
Então me encontro só.
Não há ninguém...

Sou como a lágrima que rola,
perdida, dos olhos de um sonhador.
E como a lebre que cai,
já sem vida pelo tiro de um caçador.
Sou como o incenso que lento,
o vento levou...
E como um sêmen perdido,
e esquecido no mundo, eu sou...

Sou como o fogo ardente,
de um sol que apagou.
E como a água corrente,
cuja fonte secou.
Sou como Dirceu sem Marília...
E como uma triste e desolada ilha.

Sou um sofredor eminente,
uma esperança perdida.
Sou como o fim de uma estrada
singrada por torpes alvoradas.
Sou uma utopia...

Sou só,
sou só e mais nada.

(Autora: Lena Viola)

Vida Inventada



Inventar horizontes...
Única maneira de suportar a possível perda de rumo nestes
mares aflitos que nos ameaçam todas as manhãs.

Inventar gaivotas...
Única maneira de suportar estas nossas lágrimas
pela dor maior de um céu não azul.

Inventar ondas...
Única maneira de suportar a calmaria que a lucidez nos obriga 

Inventar sol e lua...
Única maneira de suportar estes tempos iguais
que nos enlouquecem com suas diferenças.

Inventar velas...
Única maneira de suportar o espanto dos nossos olhos
refletidos nas águas que acolhem estes restos de naufrágio.

Inventar...
Inventar gaivotas, ondas,
velas, sóis e luas.
E sempre, inventar horizontes
E caso o horizonte nos falhe,
tentar a sobrevivência
e se ela se negar,
inventar um cais em cada lágrima. 
(Autora: Gilia Gerling)

Doce Sentir



No vasto mundo do imaginário
viajei em meus sonhos
e nos teus braços fiquei
deixando-me levar
como se nada mais importasse.
Entreguei-me de corpo e alma
envolvida em tuas palavras...
no teu sentir...
Me vi flutuando e sem nada pensar
liberando as amarras
fluindo, fluindo
e me vi a sorrir
um sorriso de paz.

(Autora: Rejane de Pino)

Aos Pés do Arco-Íris


Nas asas da inspiração
voei através dos tempos

através dos mundos
através das vidas...

Busquei descobrir os motivos
e as razões de estar aqui
Não entendia muito de nada
Apenas sentia tudo tão cinza
Tão triste, tão sem esperanças...

E... Nestas buscas que fiz
cruzei um facho de luz que
cintilava no céu em tons
variados de cores...

O que seriam estas cores,
se tudo me era tão cinza?
Meus olhos se encantaram,
coração me fez buscar mais ainda
a explicação... então...

Num vôo incansável busquei
em cada cor descobrir seu por quê
entrei nesse facho de luz sentindo:

no Vermelho
o calor de uma paixão inexplicável;
No Amarelo
a energia para continuar esta busca;
No Verde
a esperança da descoberta;
No lilás
o equilibrio tão necessário para as emoções;
No Rosa
a suavidade das cores compassando o coração;
No Azul
a certeza da descoberta;
No Branco...
A Paz que encontrei em teus braços,
me fazendo entender o por quê
de tantas incertezas minhas!!

A lenda do Pote de Ouro...
é verdadeira... pois encontrei você...
Meu Amor... Meu Tesouro...
Bem alí, aos pés do Arco Íris!! 

(Autora: Thais S. Francisco)

Palhaço


Tal qual o palhaço,
vive também o poeta.
Dois artistas da vida
que fazem sorrir e sonhar
e muitas vezes, atrás do sorriso
e dos sonhos, chora sua alma
a dor da saudade, do desamor, da solidão.

Como Poeta, me fiz em Palhaço
pintando de luzes palavras de Amor,
fazendo sonhar os enamorados.
Como Palhaço me fiz um Poeta
versejando alegria, declamando sorrisos
provocando o burburinho de francos risos.

Como Palhaço, declamei sorrisos,
plantei sementes de alegria em corações endurecidos,
esqueci-me da dor que em minh'alma se aninha..


Como Poeta, pintei emoções, fiz
sonhar os apaixonados, dei asas à emoção,
esqueci-me por momentos, a dor da saudade,
vivendo a inspiração do Palhaço e do Poeta.

Sou como o Poeta,
Sou como o Palhaço,
Artistas que fazem do dia a dia,
O palco de sua vida..!!

(Autora:Thais S. Francisco)

Dor e Sofrimento


Todo o amor
mesmo em harmonia
tem dor e sofrimento!

Um forte sentimento
que envolvendo paixão
deixa muita marca
na nossa alma!

Ele não sai
aloja-se no coração
e faz recordar
os momentos de amor,
de entrega e contemplação,
que não se repetem
mesmo com muito querer
nesta Vida por momentos
vividos e que só a ausência
permite ver o que perdemos!

Aproveitemos o resto
que a Vida nos consagra
para viver e não penas existir!

(Autor: José Manuel Brazão)

Retalhos


Te amo infinitamente...
  Estarei contigo até que
  não mais ouça tuas juras de amor...
 
Mas um dia,
  Dirás que não me amas mais,
 
Eu sei...
  Mas digas apenas que não...
  Não me venha com senão,
  Ou talvez com então,
 
Não!
  Não quero retalhos...
Quero tudo, o melhor...
  Os retalhos; fique para você
Se não a tenho por completo.
 
Não quero tua amizade...
Não me queira mal...

Minha essência não vem do lodo,
Vem de dentro de mim
E, para mim, quero o melhor!
 
Retalhos...
Quem dera....
Quem deseja?
Eu não!
Obrigado!
 
Volto pela mesma porta...
Não guardo mágoas...
Nem ressentimentos...
Mais uma lição...
Mais uma desilusão...
Mais uma emoção...

(Autor: Eduardo Baqueiro)

sábado, 29 de setembro de 2012

Pela Claridade!


Perante a claridade
a consciência tem o seu papel a cumprir,
somos levados a um acordo
com a nossa consciência que
ajusta as ações do corpo
perante as experiências ocorridas,
umas acertadas, outras erradas...


Não é assim em branco a vida,
cada detalhe deve seguir uma consciência
para não vir a cobrança mais tarde...
Não somos juizes,
não devemos fechar juízo sobre as ações
devido as transformações
que modificam as verdades em verdade pessoal...
Por um dado momento a consciência oscila
depois ela passa a ser de cobrança sobre
os atos praticados,
depois de um certo tempo,
após várias transformações,
ela passa a se reabastecer...
A consciência some de vista,
e também fica a vista...
No balanço dos envolvimentos
com mais pessoas a consciência
tem um papel muito importante,
podendo a pessoa partir do ponto "de"
a partir "de"... e neutralizar o passado...
Nessa inconsciência mesmo tendo partido
do ponto "de",
temos nossa hereditariedade familiar,
temos a consciência coletiva,
temos a história pessoal...

Dificilmente o a partir "de" prevalece
por muito tempo...
Algo espiritual mexe no "de",
tudo volta a tona,
somos obrigados a receber, pagar,
normalizar a vida por causa da harmonia
e da fisiologia da mente, do corpo e do espírito...
Muitos assassinos de pessoas,
em um dado momento,
tem suas contas a acertar,
mesmo que tenha partido do ponto "de",
depois no silêncio da justiça vem a tona
o merecimento ou o castigo...
Estar na liberdade
quando na realidade devia estar preso,
este efeito antagônico,
revolta-se na mesma linha da moral,
o crime não compensa...
A consciência é um fator
de balanço entre o corpo
e a mente, pode causar
equilíbrio e desequilíbrio...
Seria igual mentir
e fazer que os outros acreditem que a mentira
seja verdade para se ver livre da consciência...
Isso fere as leis de causa e efeito,
mas ainda prevalece
a verdade,
que pode absolver ou condenar...
Quem paga pelo erro,
volta ao normal...
Quem foge de pagar o erro
paga de outro modo
mais sofrido...
(Autor: Carlos Basanella)