UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 30 de março de 2016

Amo você...


Vim fazer uma visita...


Amigo é...


Feliz Quinta-Feira!


Bom Dia!


Canção de Outono

O outono toca realejo
No pátio da minha vida.
Velha canção, sempre a mesma,
Sob a vidraça descida...

Tristeza? Encanto? Desejo?
Como é possível sabê-lo?
Um gozo incerto e dorido
De carícia a contrapelo...

Partir, ó alma, que dizes?
Colher as horas, em suma...
Mas os caminhos do Outono
Vão dar em parte nenhuma!

(Autor: Mario Quintana)

Chegou o outono

O vento a soprar,
As folhas a cair,
As cores a mudar,
É o outono a vir.

No outono começa a escola,
Tenho muito que estudar
Mas também temos o magusto
Para castanhas assar.

(Autora: Margarida Pereira)

O outono

No outono começam a cair folhas das árvores.
No outono fazem-se as vindimas.
Começam a vir os dias mais frios.
Vem o S. Martinho.
É tempo de castanhas, e de fazer magustos.
De matar porcos de provar o vinho novo.
No outono os dias começam a ficar mais cinzentos.
Começam-se acender as lareiras.
Resumindo há gente que não gosta do outono.

(Autor: Nuno Martins)

As maravilhas do outono

Certo dia fui,
a uma quinta
apanhar castanhas.

Nessa quinta
havia outras
árvores de frutos,
videiras, macieiras,
pereiras, marmeleiros etc…!

Que maravilha.
Comer castanhas,
quentinhas, marmelada,
feita pela mãe,
compota de maçã,
dióspiros madurinhos.

O outono é uma,
estação triste.
Caem as folhas.
Morrem as flores,
mas estas delicias,
ajudam a superar,
as tristezas.

No outono
os dias são
pequenos e
as noites maiores
ouve-se o estalar
da lenha da lareira
que bom o aconchego
quentinho do lar.

(Autora: Sara Abreu)

O outono chegou

A andorinha partiu.
O sol mais cedo se deitou.
A chuva miudinha caiu.
Então o outono chegou.

A videira triste está a chorar.
Ela sem uvas ficou.
Cheira a vinho novo no lagar.
Então o outono chegou.

As temperaturas desceram.
O vento assobiou.
As aulas já começaram.
Então o outono chegou.

Os lagartos hibernaram.
A árvore despida ficou.
As folhas soltas dançaram.
Então o outono chegou.

(Autor: João Correia)

O outono

Eu abanei um castanheiro
Com duas pedras na mão,
Tremeu o ramo cimeiro
Caíram ouriços para o chão.

Estamos no outono
Cai chuva lá fora,
A escola começa
E as andorinhas vão embora.

É a altura das vindimas.
E é com grande aflição
Que se apanham as uvas
Comendo um bocado de pão.

Num dia de S. Martinho,
É grande a festa do povo,
Da boa sardinha assada
Castanha e vinho novo.

No outono chega o vento.
E as árvores ficam nuas
Pois ele arrasta as folhas,
Pelos vales e pelas ruas.

(Autora: Beatriz Bastos)

Cores de Outono

O verão foi-se despedindo.
O frio chegou.
O tempo mudou.
Uma nova estação está abrindo.

As árvores vão-se despindo.
Das suas folhas amarelecidas.
Folhas do verde desvanecidas.
Que, suavemente, vão caindo.

O chão vai-se cobrindo.
De pequenas folhas envelhecidas.
Ora amarelas ora tingidas,
De verde, castanho, vermelho se esvaindo.

A vida destas folhas se esvaindo.
Cobre, protege as sementes encolhidas.
No solo húmido, escondidas.
O ciclo da vida continua infindo.

(Autora: Mara Araújo)

O outono

O outono já chegou,
trazendo chuva e frio.
Pois verão já acabou,
já não podemos ir para o rio.

Cai folha, cai folha,
cai folha no meu jardim.
Vou a correr apanhá-la,
Para a guardar para mim.

Quando chega o outono,
pensamos todos no frio.
Acendemos as nossas lareiras,
Pois dá-nos um arrepio.

(Autora: Inês Matos)

O outono chegou

As folhas caem no chão.
As árvores ficam despidas,
umas sim outras não.
O magusto vamos festejar.
Com as aulas a começar.
O tempo está a arrefecer,
e mais cedo a escurecer.

(Autor: Beatriz Oliveira)

Em uma Tarde de Outono

Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...

Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?

A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!

E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
E contemplo o lugar por onde te sumiste,
Banhado no clarão nascente do arrebol...

(Autor: Olavo Bilac)

Nas estações

No inverno te proteger
no verão sair pra pescar
no outono te conhecer
primavera poder gostar
e no estio me derreter
pra na chuva dançar e andar junto...

(Autor: Beto Guedes)

Amo

Amo o silêncio das tardes cinzas de outono
O desenho das aves gravados no céu
Amo andar por estes caminhos, entre árvores
A balançar na brisa que vem do mar
Amo as horas paradas do tempo em
Que o mundo parece ter estacionado numa praia
Onde as ondas fazem graça na areia branca.

Amo as tardes com suas aragens frias
Que buscam seu agasalho na alma
Amo o verde esperança das matas
O azul pacífico das inquietas águas
A natureza de tantas cores da ilha
As mil cores imaginadas e vividas
Cores de doçura e de força
Numa prece que é pura natureza.

(Autora: Sonia Schmorantz)

Em mim

Em mim faz verão, inverno, outono, primavera.
Em mim faz frio, calor...
Em mim reside um pouco de tudo, de tudo um pouco:
felicidade, tristeza, alegria, sorrisos, lágrimas.
Em mim habita as flores, as cores, os amores.
Em mim visita a certeza, as incertezas, a verdade, a mentira.
Em mim passeia as lembranças, a saudade, os momentos.
Em mim mora os sentimentos, os enganos e desenganos.
Em mim vive eu, na procura da descoberta de quem
realmente sou!

(Autora: Leônia Teixeira)

Outonear

Vamos aproveitar para brotar no outono,
estar no outono da vida,
na meia-idade,
passar férias de outono em algum lugar.
Enfim...
precisamos outonear.

(Autora: Marta Felipe)

Crepúsculo de Outono

O crepúsculo cai, manso como uma benção.
Diz-se-á que o rio chora a prisão de seu leito...
As grandes mãos da sombra evangélicas pensam
As feridas que a vida abriu em cada peito.

 O outono amarelece e despoja os lariços.
Um corvo passa e grasna, e deixa esparso no ar
O terror augural de encantos e feitiços.
As flores morrem. Toda a relva entra a murchar.
  
Os pinheiros porém viçam, e serão breve
Todo o verde que a vista espairecendo vejas,
Mais negros sobre a alvura unânime da neve,
Altos e espirituais como flechas de igrejas.
  
Um sino plange. A sua voz ritma o murmúrio
Do rio, e isso parece a voz da solidão.
E essa voz enche o vale...o horizonte purpúreo...
Consoladora como um divino perdão.

 O sol fundiu a neve. A folhagem vermelha
Reponta. Apenas há, nos barrancos retortos,
Flocos, que a luz do poente extática semelha
A um rebanho infeliz de cordeirinhos mortos.
  
A sombra casa os sons numa grave harmonia.
E tamanha esperança e uma tão grande paz
Avultam do clarão que cinge a serrania,
Como se houvesse aurora e o mar cantando atrás.

(Autor: Mamuel Bandeira)