UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 25 de março de 2016

Em verdade, Ele tomou sobre si nossas enfermidades...

Não tinha presença nem beleza para atrair nossos olhares,
nem aspecto que nos cativasse.
Desprezado e evitado pela gente, homem acostumado a sofrer,
curtido na dor; ao vê-Lo cobriram o rosto;
desprezado, nós o tivemos por nada;

Ele, que suportou nosso sofrimentos e carregou nossas dores,
nós o tivemos como um contagioso,
ferido de Deus e afligido.
Ele, ao contrário, foi trespassado por causa de nossas rebeliões,
triturado por causa de nossos crimes.

Sobre ele descarregou o castigo que nos cura,
e com suas cicatrizes nos curamos.
Todos nós andávamos perdidos como ovelhas,
cada um para o seu lado, e o Senhor fez cair sobre Ele
todos os nossos crimes.

Maltratado, suportava, não abria a boca;
como cordeiro levado ao matadouro,
como ovelha muda diante do tosquiador,
não abria a boca.

 (Fonte: Bíblia Sagrada - Is 53, 2-6)

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