UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Vivendo a Quaresma!

Durante este tempo especial de purificação, contamos com uma série de meios concretos que a Igreja nos propõe e que nos ajudam a viver a dinâmica quaresmal.
Antes de tudo, a vida de oração, condição indispensável para o encontro com Deus. Na oração, se o cristão inicia um diálogo íntimo com o Senhor, deixa que a graça divina penetre em seu coração e, a semelhança de Santa Maria, se abra à ação do Espírito cooperando com ela com sua resposta livre e generosa (ver Lc. 1,38).
Como também devemos intensificar a escuta e a meditação atenta à Palavra de Deus, a assistência freqüente ao Sacramento da Reconciliação e a Eucaristia, e mesmo a prática do jejum, segundo as possibilidades de cada um.
A mortificação e a renúncia nas circunstâncias ordinárias de nossa vida também constituem um meio concreto para viver o espírito de Quaresma. Não se trata tanto de criar ocasiões extraordinárias, mas bem, de saber oferecer aquelas circunstâncias cotidianas que nos são incômodas, de aceitar com alegria os diferentes contratempos que nos apresenta o dia a dia.
Da mesma maneira, o saber renunciar a certas coisas legítimas nos ajuda a viver o desapego e o desprendimento. Dentre as diversas práticas quaresmais que a Igreja nos propõe, a vivência da caridade ocupa um lugar especial.
Assim nos recorda São Leão Magno: "estes dias de quaresma nos convidam de maneira apremiante ao exercício da caridade; se desejamos chegar à Páscoa santificados em nosso ser, devemos por um interesse especialíssimo na aquisição desta virtude, que contém em si as demais e cobre multidão de pecados".
Esta vivência da caridade deve ser vivida de maneira especial com aqueles a quem temos mais próximos, no ambiente concreto em que nos movemos. Assim, vamos construindo no outro "o bem mais precioso e efetivo, que é o da coerência com a própria vocação cristã" (João Paulo II).

Como viver a Quaresma:

1. Arrependendo-me de meus pecados e confessando-me.
Pensar em quê ofendi a Deus, Nosso Senhor, se me dói tê-lo ofendido, se estou realmente arrependido. Este é um bom momento do ano para realizar uma confissão preparada e de coração. Revise os mandamentos de Deus e da Igreja para poder fazer uma boa confissão. Sirva-se de um livro para estruturar sua confissão. Busque tempo para realizá-la.
2. Lutando para mudar:
Analise sua conduta para conhecer em quê esta falhando. Faça propósitos para cumprir dia a dia e revise à noite se os alcançou. Lembre-se de não colocar muitos propósitos porque será muito difícil cumpri-los todos . Deve-se subir as escadas de degrau em degrau, não se pode subir toda ela de uma só vez. Conheça qual é o seu defeito dominante e faça um plano para lutar contra ele. Teu plano deve ser realista, prático e concreto para poder cumpri-lo.
3. Fazendo sacrifícios:
A palavra sacrifício vem do latim sacrum-facere, significa "fazer sagrado". Então, fazer um sacrifício é fazer alguma coisa sagrada, quer dizer, oferecê-la por amor a Deus, porque o ama, coisas que dão trabalho. Por exemplo, ser amável com um vizinho com quem você não simpatiza ou ajudar alguém em seu trabalho. A cada um de nós há algo que nos custa fazer na vida de todos os dias. Se oferecemos isto a Deus por amor, estamos fazendo sacrifício.
4. Oração:
Aproveite estes dias para rezar, para conversar com Deus, para dizê-lo que o ama e que quer estar com Ele. Pode ser útil um bom livro de meditação para Quaresma. Você pode ler na Bíblia passagens relacionadas com a quaresma.

(Autor Desconhecido)

LIVRO: Amor Proibido


Category: Books
Genre: Literature & Fiction
Author: Kat Martin

Inglaterra, 1803
O DILEMA DE UMA MULHER


Quando o desprezível lorde Bascomb tenta forçar Elizabeth Woolcot a se casar, ela se vê obrigada a recorrer, mesmo contra a vontade, a seu influente guardião. Nicholas Warring é um homem atraente e carismático, com o poder de salvar Elizabeth, mas com um passado que poderá colocar a reputação dela em risco. Conquistador incorrigível, ele também já foi condenado por assassinato... e escapou por pouco de ser executado na forca...

Elizabeth não consegue evitar a atração que sente pelo homem que povoa seus sonhos, assim como ele não consegue controlar o desejo que sente por ela. Mas Elizabeth sabe que aquele é um amor impossível, pois Nick é um homem casado. Então, um crime hediondo abala as vidas de ambos. e Nick é o principal suspeito. Elizabeth quer acreditar na inocência dele, mais do que na própria vida e no amor que invade seu coração... mas poderá confiar em um homem como ele?

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É uma história com aventura, mistério, os mocinhos têm vários obstáculos a ultrapassarem para vivenciarem plenamente o seu amor, e é extremamente sensual.

Elizabeth Woolcot está sendo ameaçada pelo nobre Oliver Hampton, Conde Bascomb que a deseja como esposa a qualquer custo, mesmo que tenha que comprometer a reputação da mocinha. Elizabeth recorre ao seu tutor, e pede proteção a Nicholas Warring, Conde Ravenworth, um ex-condenado, casado, que leva uma vida devassa.

Porém, Elizabeth percebe que as atitudes de Nicholas não condizem com sua fama, e ela resolve resolver esse enigma. Cada vez mais atraída pelo Conde devasso, à mocinha nota que o mocinho é um homem honrado e solitário. Ele é casado sim, mas, foi abandonado pela esposa que não o apoiou quando Nicholas, mas, precisava quando da acusação de ter assassinado Stephen Hampton, irmão do vilão que persegue Elizabeth.

Nicholas enquanto isso, com a aproximação de Elizabeth irremediavelmente atraído pela sua protegida, tenta afastá-la indo para os braços de outra mulher, mas, flagrado por Bessie, como carinhosamente a chama, é obrigado a reconhecer que não suporta a vida que leva para se punir, e os dois acabam revelando a atração que sentem um pelo outro.

Com esta revelação, Elizabeth que terá que casar para finalmente se ver livre do conde Bascomb, e com a certeza que não poderá se casar com seu tutor, pois Nicholas já é casado, resolve seduzi-lo, e os dois então passam a desfrutar de uma inebriante paixão, e a mocinha além de entregar a sua virtude, também entrega o seu coração, ao Conde devasso.

Os mocinhos passam a viver este amor proibido , e Elizabeth sofre o dilema de ter se torrnado uma amante, e sonha em revelar ao mundo este amor impossível. Elizabeth mesmo indo contra a sua consciência, prefere viver essa paixão mesmo que por pouco tempo, mas, um crime os separa, quando Nicholas é levado novamente ao cárcere, e Elizabeth terá juntamente com os amigos de seu amado, encontrar o verdadeiro assassino e livrá-lo da forca.

Elizabeth que no começo do livro se mostra uma mocinha doce e vulnerável, para salvar Nicholas, que todos achavam ser um homem desprovido de valores morais, um proscrito, mostra que de frágil não tem nada e lutará com todas as garras para provar a inocência do conde que foi injustamente acusado e condenado nove anos atrás, e que paga o preço de seu passado.

Nicholas e Elizabeth como toda história de amor, tiveram que superar as intrigas do passado, se livrar do vilão maquiavélico e enfrentar os preconceitos da implacável sociedade londrina para poderem enfim viver o amor, o amor verdadeiro...

Um romance excelente!

LIVRO: Talvez uma história de amor


Category: Books
Genre: Literature & Fiction
Author: Martin Page

Locatário de um pequeno apartamento num bairro parisiense de prostituição e drogas, Virgile é um celibatário de costumes rígidos, tendência monomaníaca e aversão a vida social ativa. É ele o protagonista de Talvez uma história de amor, de Martin Page, um anti-herói, que deixa comida apodrecer na geladeira, enxerga no escuro com a luz de um capacete de espeleologista, rejeita a promoção que lhe oferecem na agência de propaganda onde trabalha e é sempre abandonado pelas mulheres que ama, "uma certeza maior que a gravidade".

Certo dia, de volta à casa após o trabalho, encontra na secretária eletrônica uma mensagem de Clara, que lhe anuncia o rompimento do namoro. Não haveria surpresa nisso, não fosse o fato de ele não ter qualquer lembrança de nenhuma Clara que tenha sido sua namorada. Recorrendo até a sua psicanalista, na busca por uma explicação satisfatória, acabará por tomar uma decisão inaudita: reconquistar aquela mulher que ele não conhece ou da qual ao menos não se recorda.

Nessa comédia romântica, surpresas e reviravoltas se combinam para permitir a Martin Page as reflexões sobre o amor e a vida que são pano de fundo de uma fábula repleta de vivacidade e fino humor. Tudo em sua narrativa, desde as cebolas que preparam na frigideira até os personagens mais elaborados, tem uma identidade própria e um papel essencial numa Paris ao mesmo tempo acolhedora e devoradora de seus habitantes e suas mais íntimas esperanças.

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O resumo é fiel a história, mas esquece de dizer que Virgile é adorável e louco e completamente cativante!

Ao chegar em casa depois de um dia cansativo, Virgile vê a luzinha da secretária eletrônica piscando. Ao ouvir a mensagem, entra em parafuso: quem é essa Clara que está terminando o namoro com ele? Ele pega a secretária eletrônica e segue para a psiquiatra – gente, é muito engraçada essa cena! - E por aí vai a história, com Virgile tomando as decisões e fazendo escolhas e aprendendo com seus erros e acertos. E vamos com ele, descobrindo suas manias, suas amizades, seu passado e seu desejo de mudar.

O livro tem muitas frases e conceitos que me fizeram rir e pensar e me apaixonar por Virgile! Ele é realmente um anti-herói e sua história é muito gostosa e divertida. Não me arrependi do impulso de comprá-lo e já fiz propaganda e já tem fila para lê-lo.

Um gostinho para vocês:

"Depois de desligar da tomada o abajur da mesa para ligar a do aparelho da secretária, Virgile apertou o botão de leitura. A mensagem apareceu.

- Então essa mulher o deixou – disse a psicanalista.

- Não exatamente.

- Mas ela disse isso claramente. Você é que não está aceitando.

A doutora Zerkin acreditava ter posto o dedo na ferida. Afinal de contas, os dois conheciam a situação da vida sentimental de Virgile: que ele provocasse a ruptura por parte de alguém era algo bastante plausível. Como os fenômenos das marés ou da migração das aves selvagens, fazia parte da ordem natural das coisas. Virgile sentia-se feliz por poder contradizê-la e, pelo menos uma vez, com razão.

- Nós não estávamos juntos. Nem sequer a conheço.

A doutora Zerkin segurou os óculos entre os dedos e começou a limpar as lentes. O caso a interessava. Após uma jornada inteira ouvindo neuroses clássicas, não tinha nada a opor a um pouco de fantasia. Recolocou os óculos e afastou as mãos num gesto de interrogação.

- E como você interpreta isso?

- Não quero interpretar. Quero entender.

- Ah, é?

...

... – Será que eu poderia ter tido um caso de amor com ela sem perceber?

- Você não é louco.

A afirmação abalou Virgile. De repente, sem nenhuma preparação, sua psicanalista, uma mulher com quem se encontrava três vezes por semana havia cinco anos, apagava uma de suas angústias.

- Não está dizendo isso só para me acalmar?

- Você me paga pela minha objetividade".

LIVRO: Harmony's Way


Category: Books
Genre: Literature & Fiction
Author: Lora Leigh

Sinopse: Harmony Lancaster é da Casta Leão e foi criada para ser uma caçadora com sede de matar. Mas o modo como busca a justiça fora da lei a tornou um risco para sua própria raça. Além disso, ela possui informações que eles precisam sobre a existência do primeiro Leão – aquele que detem os segredos preciosos do desejo.

Para salvar sua vida, Harmony é colocada para trabalhar com o Xerife Lance Jacobs, que tenta domar a assassina dentro dela, enquanto protege a mulher gentil que ele anseia possuir. Mas um perigoso lider religioso, determinado a destruir as Castas, pode mudar o modo como Lance protege Harmony para sempre...

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Gostei mais desse do que do Megan´s Mark. Lance é primo de Megan e aparece bastante no livro anterior. Ele é o xerife da cidade de Broken Butte, no Novo México ,e está para receber uma nova delegada – um membro das Castas que o próprio Jonas vem para trazer para o trabalho.

O que ele não sabe é que essa mulher é Harmony Lancaster, codinome Morte, uma assassina que está enfrentando o julgamento das Castas e essa é sua última chance de se salvar. Harmony mata estupradores e homens violentos e é perseguida não só pelos membros de sua raça, mas também pelas autoridades humanas. Fora isso, ela ainda é irmã do Jonas e esconde um segredo que roubou ao fugir dos laboratórios: o de que o primeiro Leão criado ainda vive, mesmo depois de 100 anos; e onde ele está.

O problema maior é que Harmony e Lance já tinham se conhecido na noite anterior ao grande encontro e a atração entre eles foi intensa e imediata e acabou numa noite de muito sexo e mordidas. E também com um problema que eles vão ter de enfrentar: eles são companheiros e o "calor do acasalamento" (mating heat) está em plena ebulição entre eles.

Gosto muito desse sistema que a Lora criou, pois esse mating heat é a forma que a natureza tem de unir as almas gêmeas. Tanto o homem quanto a mulher quando se encontram e entram nesse estado, tornam-se obrigatoriamente monogâmicos. Somente o toque um do outro pode trazer o alívio e a paz! Mas esse também é um segredo que as Castas não querem ver divulgados até o terem entendido e saber como reagir e explicar esse fenômeno para a sociedade.

Além de todos esses problemas, há ainda um líder religioso anti-castas que está protestando na cidade e que pode por em risco a reabilitação de Harmony e a paz e a nova vida que ela está começando ao lado de Lance.

Lora Leigh parece que vem acertando cada vez mais com essa série, pois as tramas paralelas que ela cria está me deixando curiosa e querendo mais...

LIVRO: Guerreiro do Vento


Category: Books
Genre: Literature & Fiction
Author: Janelle Taylor

Normalmente eu não gosto de histórias com índios. Quando o mocinho e a mocinha são índios aí fica ainda pior, porque não tem aquele impasse de raças diferentes (mim Tarzan e você Jane). Mas eu gostei do nome. Guerreiro é uma palavra forte e muito chamativa e eu fiquei curiosa com o Vento.

O mocinho é Waci Tate, ou melhor, Guerreiro do Vento, enquanto a mocinha é Chumani, ou melhor, Gota de Orvalho. Eles tem histórias semelhantes e são de tribos diferentes. Os dois perderam seus companheiros e filhos durante o ataque de uma outra tribo, são filhos do chefe da tribo, são guerreiros e não estavam apaixonados por seus consortes. O índio que matou suas famílias na verdade é o mesmo. Então eles tem um mesmo objetivo na vida.

Os pajés de suas tribos tem visões semelhantes e acreditam que a união dos dois será benéfica a ambas as tribos. Eles são obedientes (e intimamente já se sentem atraídos um pelo outro) e se casam. Então iniciam a missão que o Criador tem para eles: salvar suas tribos dos índios inimigos e dos homens brancos.

Eu gostei da história. Os dois são um casal bem bonitinho e que se ama desde o início. Tem uma trama bem elaborada com a missão que eles devem realizar para salvar suas aldeias, tem uma índia ciumenta que sabota eles no início e tem até um casal de amigos que forma um par bem bonitinho também. Tem briga, ação, romance muiiiiiito romântico (ele é muito respeitador), tem mistério e tem um desfecho lindo.

Não sei se estou em uma fase exigente, mas mesmo gostando bastante da história eu esperava mais ação na hora do romance. No resto da história tem bastante ação mas entre eles não é hot... é mais morno para esquentando.

Bom romance para aqueles dias em que você precisa de muito amor no coração.

Um trechinho:

— Quando participamos da cerimônia de união na minha aldeia, eu não o conhecia e queria que nos tornássemos mais próximos antes de nos unirmos sobre a esteira de dormir; nas nove luas que se passaram desde então, aprendemos muito a respeito um do outro e nos tomamos amigos. Eu também temia me deitar com você como sua esposa, pois não era bom com Besouro Vagaroso na esteira de dormir; agora, acho que entre nós não será como foi com ele.
— Não se preocupe, Gota de Orvalho, não vou machucá-la nem afrontá-la. Tenho no coração muitos sentimentos bons e fortes por você, coisas que eu não sentia pela minha primeira esposa.
— Sei que o que sentimos é forte e especial, pois o Grande Espírito nos pôs lado a lado. Com o passar do tempo, estou certa de que colocará um grande amor no nosso coração, agora que o desejo já existe nos nossos corpos.
— Isso é certo e verdadeiro, mitawin.
Chumani saboreava o carinho que ele fazia em seu rosto. Sabia que alguma força maligna poderia separá-los a qualquer momento, por isso se sentia compelida a tê-lo junto de si por todo o tempo em que caminhassem pela face da Mãe Natureza e respirassem o ar do Grande Espírito. Precisavam se unir num só ser antes que mais trapaças ocorressem e colocassem entre ambos uma distância que mais tarde poderia se tomar intrans ponível.
— Você manteve sua palavra e foi paciente, mihigna — ela disse num fio de voz. — Quando estiver pronto a se deitar comigo, eu estarei pronta para me deitar com você.
— Isso quer dizer esta lua? — Ele mal podia acreditar no que ouvira. — Aqui? Agora?
— Sim. É hora de nos tomarmos companheiros além das palavras proferidas ante nossos povos.

LIVRO: Homens de Cinza


Category: Books
Genre: Literature & Fiction
Author: Gabriel Chalita

Sinopse: Nesta coletânea de contos, o homem é desnudado, revelado e observado em suas emoções. Em todas as situações, sob os mais diversos aspectos, Gabriel Chalita faz um mergulho de maneira ora intimista, ora fugaz. A presença do cinza é permanente na vida de cada um dos personagens: o cinza que embrutece os sentimentos, que desmancha teias, que desfaz a paixão, que carrega para além das emoções rasteiras. Homens de Cinza é um livro que instiga o leitor a compreender as peculiaridades e a grandeza da natureza masculina. Cada ser é único e, talvez por isso, surpreendente.

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Teodolino, Jorge, Tadeu, Germano, Lourival... Desconfiança e amor caminham juntos. Segredos e descasos se encontram. Paixão e remorso são quase sinônimos. Raiva e esperança sobrevivem no mundo cinza em que vivem os personagens deste livro. Poucas vezes se viu uma cor, como elemento de ligação entre os mais diversos tipos de sentimento, ser utilizada de maneira tão assertiva. Poucas vezes o cinza enegreceu a alma, clareou o céu, incandesceu paixões. Não há tantos sinônimos para cinza nem tantas gamas de cinza, mas os homens aqui retratados percorrem todas as tonalidades, com suas lamúrias e seu destino. São homens que podem ter passado pela vida de cada um de nós, aqueles que, na mesmice da desilusão, nos fazem acreditar que nada muda. E Gabriel Chalita constrói com sensibilidade e delicadeza a vida de cada um dos personagens – de tristeza agridoce e ternura contida, numa cordialidade seca e desapontada –, conduzindo-os pelas finas malhas da escrita, revelando-os ora com beleza poética, ora com crueza dolorida. São os homens de cinza que vão povoar o pensamento de todos os que lerem esta coletânea de 20 contos, e são eles mesmos que parecem estar à espreita em cada um dos homens com quem convivemos todos os dias. Não há como negar: o cinza da possibilidade existe. E o autor nos atiça a enxergar por quê. O resto é cinza, como deveria ser!

Nesta coletânea de contos, Gabriel Chalita nos apresenta o universo masculino, em que nos revela sentimentos, emoções a partir de observações de seu comportamento. Neste blog, tivemos um post maravilhoso de nossa amiga Driza, que fez suas considerações sobre o livro Mulheres de Água, coletânea em que o autor mergulha no universo feminino.

Gabriel Chalita em Homens de Cinza nos traz vinte historietas, em que cada personagem tem algo de cinza. Estes homens estão tentando encontrar motivos para viver. Personagens que nos mostram as peculiaridades, as emoções e o homem nas mais diversas situações como a obsessão, o medo do fracasso, a busca pelo amor e pelo sucesso.

Concordo plenamente com a Driza, quando diz que ficou impressionada com a riqueza das descrições e com o conteúdo farto em vocábulos e locuções. E quero destacar o jogo de palavras que dá sempre aos textos com histórias bem “cinzentas” um toque de humor, o que torna agradabilíssima a leitura.

LIVRO: A Vizinha


Category: Books
Genre: Literature & Fiction
Author: Barbara Delinsky

Sinopse: Numa encantadora rua sem saída, numa próspera comunidade no entorno de Connecticut, três casais, vivendo uma sólida relação, descobrem sua antiga harmonia desfeita quando uma jovem e adorável vizinha, viúva há um ano e aparentemente descomprometida, aparece grávida. Quem é o pai? Será um dos três maridos? Em A Vizinha, Barbara Delinsky, presença constante na lista de bestsellers do mundo inteiro, apresente seu mais fascinante romance até hoje. É uma história que mescla confiança, ciúme e a luta para manter vivo o amor.
Um a um, os casais se retraem, fazendo uma avaliação de seus relacionamentos e das lealdades que eram consideradas eternas. Em casa caso, essa análise revela uma fraqueza, e para cada esposa a situação se transforma num tipo de crise que força a tomar uma decisão, que pode resultar no fortalecimento ou na dissolução do casamento. Repleto de suspense, surpresas e reviravoltas, além das agudas percepções sobre a mente e o coração de seus personagens que valeram a Barbara Delinsky uma enorme legião de fãs, A Vizinha é um hábil retrato sobre o cotidiano da vida a dois.

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Leitura envolvente e instigante, Barbara Delinsky escreveu esse livro para as mulheres do nosso tempo. Divididas entre carreira e maternidade, as mulheres precisam harmonizar suas vidas e pensar nos seus desejos reais. A história envereda pela mente dos personagens, explorando profundamente os relacionamentos em três casamentos diferentes, e os segredos que existem na privacidade do lar.

Na realidade, o resumo não diz muito da história. O casal central é formado por Amanda e Graham. Ele vem de uma família enorme, muitos irmãos, muitos sobrinhos, e já foi casado uma vez. Ela, uma mulher de 32 anos, psicóloga em uma escola muito movimentada, filha única de família complicada. Os dois estão casados há alguns anos, e desde o início tentam a gravidez, sem sucesso. Embora não sejam detectados problemas físicos, a concepção não acontece, mesmo com as técnicas de fertilização. O casamento já começa a se deteriorar pelas sucessivas decepções, e, principalmente, pela dificuldade dos dois em lidarem com a pressão externa e com as suas próprias angústias. O casal está em crise e parece ser o final do relacionamento.

Como casais secundários, estão Lee e Karen, e Russ e Geórgia. Ambos com muitos filhos pequenos e casamentos longos. Lee e Karen enfrentam problemas de fidelidade. Russ e Geórgia tem a carreira da mulher como fator de tensão. Todos os casais moram num bairro com quatro casas, onde todos se conhecem, e sabem tudo da vida dos vizinhos.

Por tanta convivência, os vizinhos se chocam quando descobrem que, na última casa do bairro, a viúva Gretchen está em adiantado estado de gravidez. Quem poderia ser o pai, se ela está viúva já há algum tempo e vive reclusa? As três esposas discutem várias idéias, em certos casos, maldosas, e envolvem seus próprios maridos em relatos fantasiosos de traição. Gretchen se torna o assunto das fofocas da pequena vila, trazendo à tona revelações inesperadas.

Em mais um livro sobre relações humanas, Barbara Delinsky nos incentiva a refletir sobre o poder destrutivo dos boatos e do preconceito. Julgar antecipadamente pode ser um erro terrível. E, mais importante ainda, mostra como os relacionamentos exigem dedicação e cuidado. E nos lembra que o amor pode superar barreiras e vencer o impossível.

LIVRO: O Rapto


Category: Books
Genre: Literature & Fiction
Author: Georgina Devon

Gosto muito de romances históricos que se passam na gloriosa época em que mulheres vestem vestidos pomposos, freqüentam bailes elegantes e jogam com os homens um jogo de sedução fantástica onde mais escondem do que mostram. Gosto de mocinhas corajosas e destemidas em uma época em que a mulher não pode falar ou agir como quiser. E de mocinhos que pareçam maus, mas que tem justificativa para seus atos aparentemente ruins.
Por isto escolhi este. E o título ajudou na escolha. Fiquei imaginando o rapto.
Não li nenhum resumo antes de começar a leitura, queria estar na expectativa.

Lilith e Perth formam o casal principal desta história. Eles tiveram um romance quando jovens e estiveram a ponto de se casar. Mas para salvar a família, em especial seu irmão Mathias que é viciado em jogo, Lilith deixa Perth no altar e casa-se com um nobre rico. Agora, dez anos depois, ela é uma viúva rica e Perth também é um rico nobre. Ele então resolve raptá-la: talvez para puni-la ou talvez para mostrar a ela o quanto ele ainda mexe com ela.

Vai o início para vocês lerem...

- Levante e renda-se!

Lillith, Lady de Lisle, reconheceu a voz imediatamente. Jason Beaumair, Conde de Perth. Ela não precisou olhar através da janela da carruagem para visualizá-lo. Taciturno, com frisas prateadas
nas têmporas e cabelo da cor do ébano, ele assombrava os seus sonhos. Uma cicatriz, adquirida em um duelo pela esposa de outro homem, recobria a face esquerda. Ela foi - ou era - tal esposa.

Um calafrio de premonição deslizou espinha abaixo. O que pretendia ele, ao deter a sua carruagem aqui em Hounslow Heath? Decerto não precisava das jóias dela. Era tão abastado quanto um sultão. Que jogo arriscado jogava o conde.

- Ei, cocheiro - ordenou a imperiosa voz de barítono de Perth -, desça com as mãos ao alto e vazias. E você... isto mesmo, você - acrescentou enfático para o único pajem -, largue a pistola ou o cocheiro pagará por seus atos.

Lillith entreabriu a cortina de veludo a tempo de ver o pajem largar a pistola. Perth assentava-se tranqüilo sobre um cavalo magnífico, um revólver em cada mão apontado para o cocheiro. Só mesmo o conde para reconhecer bons cavalos e não se importar com quem mais soubesse que o animal que montava era demasiado elegante para um salteador.

Ao menos, o sujeito usava uma máscara para cobrir o rosto. Acaso a sociedade ouvisse rumores da sua mais recente peripécia envolvendo-a, todos os escândalos de outrora seriam reavivados. Ela não tinha certeza se a própria reputação lograria resistir a outro assalto do conde. A única coisa que preservou seu bom nome da última vez foi a posição social do marido. Ninguém ofendeu De Lisle deliberadamente: o homem conhecia gente demais na corte. Entretanto, como viúva, ela não mais contava com a proteção do marido falecido. E Deus sabe que, se o irmão dela tentasse preservar seu bom nome, ambos seriam escorraçados de Londres sob gargalhadas.

- Você, dentro do veículo - ordenou a voz lânguida de Perth -, saia e fique onde eu possa ver melhor o resultado da minha ação.Ele permanecia arrogante como sempre. Era seu maior defeito e seu maior charme. Ela frustrou-o apenas uma única vez na vida e passou um longo tempo arrependida.

Com um suspiro e um sorriso sutil curvando-lhe os lábios, ela apertou a capa para proteger-se da friagem noturna e desceu. O verão há muito se fora. Uma brisa gélida fustigou os cabelos louros platinados, desfazendo os cachos intrincados nos quais a ama passou tantas horas caprichando. Os pés calçados em babuchas afundaram na grama úmida. O couro fino ficaria manchado. Não importava. Um par de babuchas arruinadas não significava nada. Uma grande fortuna foi o único benefício que ela recebeu por desposar De Lisle.

Ela fez uma mesura brejeira, sem jamais desviar o olhar da fisionomia arrogante de Perth. Ele lançou-lhe um sorriso sinistro, os majestosos dentes brancos reluzentes sob a luz pálida da lua cheia. Houve uma época em que aquela expressão no rosto dele a assustava. Agora a excitava. Ela era uma criança na primeira vez em que o enfrentou, ignorante e facilmente manipulada pela família. Era uma mulher agora, pronta para ele. Os olhos dele cintilaram.

- Venha cá.

Ela retribuiu o olhar sem titubear.

- Acho melhor não.

No início a leitura foi relativamente devagar. O rapto é o ponto de partida da história, e normalmente pareceria romântico ou algo assim. Mas eu não entendi a moral do mesmo. Perth rapta Lilith, que obviamente fez primeiro aquele jogo de "não, por favor" mesmo tendo reconhecido (ele estava de máscara) a voz do seu antigo amor. Ela implora que ele não faça isto, que preserve sua moral, tenta fugir, se machuca, ele cuida dela, blá, blá, blá.

Então ele a leva para um lugar distante onde estão só os dois e um "criado/amigo" de confiança e diz a ela que ninguém vai desconfiar, que a moral dela será preservada porque seu irmão Mathias não deixará ninguém saber e por aí vai.

Mas o que eu não gostei neste início (é minha gente, é só o início) é que ele não explica o porque do rapto. Se é vingança por ela tê-lo deixado literalmente no altar, se é uma forma de aproximar os dois, sei lá.

Eles ficam neste jogo de não contar o que sentem um pelo outro e tem tórridas noites após um jogo de “não quero”, “mas eu quero”.

Ele então a pede em casamento e ela recusa porque acha que ele não a ama e que só quer ficar com ela porque ela pode estar grávida.

A história melhora um pouco a partir do momento em que ele deixa ir.

O irmão dela é o mau caráter da história e faz a coisa ficar um pouco menos morna.

No geral, a título de diversão uma vez que estou em férias, foi um bom passatempo ler, mas não me cativou completamente. Esperava algo mais intrigante, com mais enredo e teias envolvendo esta história.

Esperava uma mocinha mais destemida e um mocinho mais objetivo. E, é claro, uma intriga enorme que levasse a história a um suspense maior.

Você não tem nada para ler e uma tarde livre? Até dá para querer, mas se tiver outro livro, deixa este para o fim da pilha.

Eu com certeza faria a mocinha sofrer mais e lutar mais pelo mocinho. Não tinha nem mesmo uma rival maligna que fosse cúmplice do irmão almofadinha e aproveitador.

LIVRO: Doce Volúpia


Category: Books
Genre: Literature & Fiction
Author: Hope Tarr & Jade Lee

O PRISIONEIRO – Hope Tarr


Escócia do Século XV, um lugar e um tempo em que era difícil ser mulher e estar no comando. Para Brianna MacLeod, nova chefe de seu clã, sua primeira tarefa era conceber um herdeiro que assegurasse sua posição. E a melhor forma de conseguir isso seria sequestrando Ewan Fraser, um homem por quem sentia uma forte atração… e também um de seus mais poderosos inimigos…

A CONCUBINA de Jade Lee


Chen Ji Yue está a caminho da corte na China do século XIX. Para se tornar imperatriz e cobrir sua família de honras, ela precisa apenas ser pura, tolerar intrigas, superar 299 rivais... e não se envolver com Sun Bo Tao, o melhor amigo do imperador e um homem bastante... atraente. Ji Yue está em sérios apuros. Afinal, ele é irressistível... e não parece nem um pouco inclinado a se afastar dela...

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Esse é meu primeiro livro do Desafio Literário 2010 by RG. O tema de Janeiro é Romance de Banca (Nova Cultural ou Harlequin). Gosto muito de livros de banca, mas geralmente prefiro os da Nova Cultural. Ouvi falar muito bem desse volume da Harlequin e, quando o vi na banca, não tive dúvidas e o comprei! Vou ser bem sincera, não gosto muito de livros com duas histórias, pois sempre sei que vai haver muitos cortes edições, mas gostei deste, principalmente da segunda história.

Bem, tenho de confessar que amo histórias com escoceses – principalmente com o nome Fraser! Mas O Prisioneiro não me agradou muito…

A história começou muito linda, com Brianna e Ewan se encontrando ainda crianças e fazendo um juramento de sangue de se casarem quando crescessem. Circunstâncias fazem com que Brianna não cumpra a promessa e se case com um homem indicado por seu pai. Donald era um homem frio e não muito criativo na cama e, portanto, Brianna era inexperiente. Depois do assassinato do marido – supostamente por Callum Fraser – Brianna ordena o sequestro de Ewan (irmão gêmeo de Callum) como vingança. Ela pretende usá-lo como um reprodutor e gerar um filho que acabe com a rixa entre os clãs.

Duas coisas contribuiram para que eu não gostasse muito dessa história: a primeira foi o que considerei uma falha da autora: Brianna é retratada como uma viúva sem muita experiência sexual, mas ao ver Ewan acorrentado em sua cama simplesmente agiu com muito “fogo” (foi com muita sede ao pote, se é que me entendem!) e não vi inexperiência alguma em suas ações (rssrsrsrs). Não havia concordância entre o que se narrava e as ações da personagem e essa falta prejudicou a minha credibilidade na história – mesmo as emoções do final não foram suficientes para me fazer relevar esse fato!

A outra infração foi cometida pela tradutora. Ela não foi capaz de fazer uma simples pesquisa no dicionário e ficou usando a palavra feudo (em inglês feud) como sinônimo de rivalidade / rixa o livro inteirinho. Eu não tive preguiça e procurei no Houaiss e feudo não tem esse significado em português! Segue abaixo:

Datação
sXIV cf. FichIVPM
Acepções
■ substantivo masculino
1 Rubrica: história.
na Idade Média, terra ou (mais raramente) direito, função, renda concedidos por um senhor a um vassalo em troca de obrigações de fidelidade mútua (proteção da parte do senhor, serviço da parte do vassalo)
2 Derivação: por metonímia. Rubrica: história.
o conjunto dos servos de uma propriedade feudal
3 Rubrica: história.
direito ou dignidade feudal
4 Rubrica: história.
tributo obrigatório
5 Derivação: por extensão de sentido (da acp. 2).
domínio, zona de influência preponderante
Ex.: f. eleitoral
6 Derivação: por extensão de sentido, sentido figurado.
posse exclusiva; coisa de que se dispõe de maneira absoluta
7 Derivação: sentido figurado.
obrigação penosa; fardo
Ex.: aquele homem carregava um pesado f. imposto pela própria família

Mas a tradutora se redimiu na segunda história! Quando vi que era a mesma, já torci o nariz, mas paguei por isso! A Concubina é uma história deliciosa e delicada e não consegui parar de ler. Adorei o modo como a Jade Lee conseguiu passar a cultura e tradição chinesa nessa história.

O imperador está procurando uma imperatriz, mas além dela, ele vai montar um harém com as virgens escolhidas no Festival da Fertilidade! Esse festival reune as mulheres de todas as regiões da China, onde passarão por diversas “provas” até o imperador escolher sua eleita.

Chen Ji Yue, filha de um aristocrata menor, vê no festival a oportunidade de melhorar a vida de seus pais e irmãos. Na Cidade Proibida, ela enfrenta as futilidades, intrigas e traições das outras competidoras. Mas o mais difícil é lutar contra a atração que sente por Sun Bo Tao, o mestre do Festival!

Sun Bo Tao é um conquistador, mas ao mesmo tempo é um homem preocupado com o destino da China e com as ameaças dos ocidentais. É também é leal ao imperador, de quem é amigo de infância. Sentir-se atraído por uma das virgens destinadas ao amigo é algo que ele não precisa nem deseja.

Gostei da delicadeza com que a história é narrada, do tom, das cores, dos costumes e, principalmente, do modo como o relacionamento entre Bo Tao e Ji Yue foi sendo construído. Jade Lee conquistou uma fã!

LIVRO: Luxo


Category: Books
Genre: Literature & Fiction
Author: Anna Godbersen

Garotas Lindas com Roupas Perfeitas,
Dançando até de Manhã

Garotos Irresistíveis com Sorrisos
Safados e Más Intenções

Mentiras, Segredos e Amores Escandalosos
Estamos em Manhattan e o Ano é 1899...


Na virada do século XX, as belas irmãs Elizabeth e Diana Holland são as rainhas da vida social de Manhattan. Pelo menos, é o que parece. Quando as duas descobrem que sua posição na alta sociedade de Nova York não está nem um pouco segura, subitamente todos – incluindo Penélope hayes, uma alpinista social traiçoeira, Henry Schoonmaker, o mais charmoso solteiro da cidade, e Lina Broud, uma criada invejosa – ameaçam o futuro dourado de Elizabeth e Diana.

O destino da família Holland está nas mãos de Elizabeth, que precisará escolher se vai cumprir suas obrigações ou seguir seu coração. Mas quando sua carruagem tomba às margens do rio Hudson, a garota que vivia figurando nas colunas sociais da cidade é engolida pela corrente gélida. Toda Nova York está em prantos e alguns começam a se perguntar se a vida deslumbrante de Elizabeth se tornara um fardo pesado demais para ela, ou se havia alguém que desejava que a mais famosa jovem de Manhattan desaparecesse...

Num mundo de luxo e ilusão, onde as aparências são o mais importante e não cumprir as regras pode levar ao ostracismo, cinco adolescentes levam vidas perigosamente escandalosas. Essa emocionante viagem à era da inocência não é nada inocente.


Luxo é o primeiro volume de The Luxe, e já aguardo ansiosa pela continuação desta série. Fiquei fascinada por este livro, e o li em poucas horas, pois não conseguia me desprender desta história em que estão presentes todos os elementos que me atraem: mistério, romance, ciúmes, traições, humor e personagens de época.

A autora nos apresenta uma alta sociedade nova-iorquina em que as aparências é o que conta, e por isso, Elizabeth Holland é obrigada a cumprir suas obrigações para com a sua família, ficando noiva do playboy Henry Schoonmaker, que também se vê obrigado a abrir mão de seus inúmeros amores, a fim de desposá-la.
Este noivado, será o ponto de partida para que se revelem o drama das paixões proibidas, a intriga, inveja, que cercam essas pessoas que farão de tudo para se manterem no luxo, mesmo, que seja necessário abrir mão do amor.

Logo no início do livro ficamos sabendo que Elizabeth desapareceu no rio Hudson, e aí se desenrola a história, e passamos a acompanhar o sofrimento desta encantadora personagem, que está dividida em salvar a família da falência, ou viver um amor proletário. E também podemos acompanhar as aventuras de Diana, irmã caçula e rebelde de Elizabeth, que se envolverá com o único homem de Manhattan proibido para ela.

É uma história fascinante com personagens que são um LUXO, e a autora nos brinda com um desfecho surpreendente.

LIVRO: Mulheres de Água


Category: Books
Genre: Literature & Fiction
Author: Gabriel Chalita

Sinopse: As mulheres são as estrelas desta coletânea de contos. São relatos singelos e verdadeiros, em que até as tintas do drama ganham nuanças de humor e lirismo. Todas as histórias são resultado da aguda observação e da imensa sensibilidade de Gabriel Chalita. Nesta incursão pelo terreno da narrativa curta, o autor revela o espectro multicor dos sentimentos femininos e os desvenda com sutileza e perspicácia. Estão todos aqui: a inveja, o ciúme, a paixão, a esperança, a descrença, o desamor. Mulheres de Água é um livro que encanta, comove, alegra, mas que também faz pensar. Em resumo, é um livro sobre as mulheres em pleno diálogo com a vida.

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O subtítulo desse lançamento da Ediouro já entrega seu conteúdo: Contos sobre o universo feminino.

Embora seja amante das histórias com começo, meio e fim – sendo esse meio tomado de temperos – eu também sou apreciadora dos contos. Principalmente porque eles têm parte na minha história de leituras.

Em minha adolescência era tudo que eu lia: contos. Narrações fáceis, rápidas, livres de detalhes e que, independente de sua natureza, divertem. Você lê um conto agora, pula o próximo, lê o do final, volta ao anterior, não importa, porque o entretenimento e passatempo são garantidos. Por isso eu gostava tanto quando era mais jovem e, com esse livro, acabei redescobrindo essa antiga paixão. Taí! Adorei lê-lo!

Nesse livro quem brilha são elas. Somos nós! Mulheres bem e mal resolvidas, alegres e tristes, realizadas e frustradas e, até mesmo, todas numa só. E o foco é o amor. O amor conquistado, abandonado, desiludido, encontrado, materno.

Os textos contam os mais diversos fatos imaginários da vida de uma mulher, seu humor, suas paixões e seus desafetos. É realmente impressionante a capacidade de Gabriel Chalita em desvendar as mulheres e em descrever nas mais certas palavras todos os sentimentos que compõem a alma feminina. Fiquei impressionada com a riqueza das descrições e com o conteúdo farto em vocábulos e locuções.

Além de escrever bem, Gabriel Chalita é muito mais que um autor. Ele é membro da Academia Paulista de Letras, já foi Secretário Estadual da Educação e Presidente do Conselho Nacional de Educação. Atualmente está com o pé na política. Ele é vereador da cidade São Paulo e, atenção, foi o mais votado do Brasil nas eleições de 2008. Em outra palavra, Gabriel é o cara!

Abaixo um aperitivo do que contém na obra:

... Antes de ele acordar já estarei com o frescor de um novo dia, acompanhado do sabor da refeição matinal com pedaços de mel. Eu, inteira, um mel para adoçar. E na doçura terei a certeza de que a metamorfose há de acontecer. Quero ajudá-lo a ser de fato um homem com todos os predicativos condizentes com os de um homem...

... O amor é milagroso. A epifania do homem nascido no toque certeiro de uma mulher. Eu serei fada ou, se necessário, bruxa. Eu serei eu mesma ou, se necessário, outra qualquer, e depois mais outra. Serei como a água, que toma a forma do recipiente que a contém... (trechos da décima história, intitulada Amor Próprio).

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Lunático

Vou abrir minha janela sobre a noite.
E já bem noite, a lua,
alta a um terço do seu arco,
terá de deslizar pelo meu quarto adentro,
e passear sobre o meu rosto, adormecido e lívido,
quando eu sair a sonhar pelas estradas noturnas,
sem fim, sem marcos, nem encruzilhadas,
que levam à região dos desabrigos...
Sonharei com mares muito brancos,
de águas finas, como um ar dos cimos,
onde o mu corpo sobrenada solto,
por entre nelumbos que passam boiando...
Ouvirei a rainha do País do Suave Sonho,
cantando no alto sempre o mesmo canto,
como a sereia do sempre mais alto...
E a janela se fecha, prendendo aqui dentro
o raio suave que prendia a lua...
Para que eu soçobre no mar dos nenúfares grandes,
onde remoinham as formas inacabadas,
onde vêm morrer as almas, afogadas,
e onde os deuses se olham como num espelho.

(Autor: Guimarães Rosa)

Que a força do medo que eu tenho, não me impeça de...

Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.

Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...

Que a mulher que eu amo
seja para sempre amada
mesmo que distante.

Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.

Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.

E que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.

Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.

Porque metade de mim
é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.

Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.

E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.

Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.

E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.

Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada.

Porque metade de mim é amor,
e a outra metade... também.

(Autor: Ferreira Gullar)

Eu quero...

Eu quero um colo,
um berço,
um braço quente
em torno ao meu pescoço,
uma voz que cante baixo
e pareça querer me fazer chorar.
Eu quero um calor no inverno,
um extravio morno
de minha consciência
e depois sem som,
um sonho calmo,
um espaço enorme,
como a lua rodando
entre as estrelas.

(Autor: Fernando Pessoa)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Oração para a Santa Quaresma!

Alma de Cristo, santificai-me.
Os problemas da alma, isto é, a falta de ânimo, o cansaço de viver, o relaxamento na vida espiritual, a desesperança diante das próprias limitações às vezes nos atingem… Então precisamos dizer: Alma de Cristo, santificai-me.

Corpo de Cristo, salvai-me.
Os problemas do corpo são tantos! Quando sentimos que o corpo é um obstáculo e uma dificuldade; quando sentimos a contradição entre o que queremos e o que fazemos, entre os desejos e a realidade; quando se constata a falta de força física e as limitações que nos invadem... Então precisamos dizer: Corpo de Cristo, salvai-me!

Sangue de Cristo, inebriai-me.
Os problemas da tibieza, do cálculo exagerado poupando a própria vida e relacionamentos... A experiência do egoísmo, da busca do bem-estar e da comodidade; quando percebemos que falta generosidade e maior compromisso na vida; quando sentimos a desolação tomar conta de nós… Então precisamos dizer: Sangue de Cristo, inebriai-me!

Água do lado de Cristo, lavai-me.
O problema do pecado e da faltas repetidas… Quando as mesmas recaídas e os hábitos maus se impõem; quando a mentira e o engano parecem sobrepor-se ao verdadeiro sentido da vida; quando o passado negativo pesa demasiado e nos faz sentir sujos e malvados… Então precisamos dizer: Água do lado de Cristo, lavai-me!

Paixão de Cristo, confortai-me.
Os problemas da dor ; as dificuldades exteriores e interiores, próprias e alheias; a dificuldade de controlar os próprios sentimentos, os medos, os aborrecimentos e as tristezas; o temor frente às dificuldades e o pavor frente à dor… Quando sentimos algo disso, então precisamos dizer: Paixão de Cristo, confortai-me!

Ó bom Jesus, ouvi-me.
Os problemas da oração... Quando a própria oração se transforma em problema e parece que a fé e o amor enfraquem; quando não rezamos ou nos sentimos longe do Senhor e parece que Ele já não nos escuta; quando duvidamos até da sua infinita misericórdia... Então precisamos dizer: Ó bom Jesus, ouvi-me!

Dentro de Vossas chagas, escondei-me.
Os problemas da superficialidade e consciência de não viver em profundidade... O deixar-se levar pelos condicionamentos pessoais e sociais... Quando nos sentimos escravos das circunstâncias que nos rodeiam e perdemos nossos sonhos melhores; quando percebemos que falta coerência e apenas cumprimos funções sem profundidade e convicção... .

Então precisamos dizer: Dentro de Vossas chagas, escondei-me!

Não permitais que me separe de Vós.
Os problemas da afetividade espiritual... Quando não se compreende e apenas se sente; quando falamos e nada comove; quando a fé se torna demasiado fria e racional; quando a pessoa de Jesus se torna apenas um conceito, uma idéia; quando perdemos a alegria e a bondade e sentimos que a tristeza e o cinismo invade o nosso interior...

Então precisamos dizer: Não permitais que me separe de Vós!

Do espírito maligno, defendei-me.
Os problemas de situações difíceis e sufocantes... Quando sentimos que os outros se aproveitam de nós; quando topamos constantemente com o egoísmo dos outros; quando temos medo de passar ridículo por sermos bons e generosos; quando a atração do ter, do prazer e do poder se fazem extremamente fortes...

Então precisamos dizer: Do espírito maligno, defendei-me!

Na hora da minha morte, chamai-me.
Os problemas surgem sem aviso e aos poucos nos transtornam... Quando nos fechamos em nossa solidão e rompemos os relacionamentos gratuitos; quando as feridas da vida ficam abertas e doídas e nunca mais cicatrizam; quando estamos perdidos e seduzidos pelo nosso egoísmo...

Então precisamos dizer: Na hora da minha morte, chamai-me e mandai-me ir para Vós, para que Vos louve com os vossos Santos e Santas, por todos os séculos dos séculos.

Amém!

(Autor Desconhecido)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Destinos


Destinos que se cruzam por tantas coisas a dizer,
Se na lembrança ficará isso eu não posso saber.
Entre lágrimas e sorrisos por um bem querer,
Destinos que se cruzam por um caminho a percorrer
Por maior que seja a distância, nunca mais vou te esquecer...
Arrisque um sorriso e imagine que pode ser para sempre.
Olhe para os lados e veja que você não está só,
Carregue na mente que a vida pode ser bela,
E vale pela esperança de encontrar o que está perdido,
E aquilo que procuramos, sem saber bem o que é,
Mas que sempre estaremos tentando, pois viver apenas por viver,
Não tem graça nenhuma sem você...

(Autor Desconhecido)

Soneto de Amor - XLVI

Das estrelas que admirei,
molhadas
por rios e rocios diferentes,
eu não escolhi senão
a que eu amava
e desde então durmo
com a noite.
Da onda, uma onda e outra
onda,
verde mar, verde frio, ramo
verde,
eu não escolhi senão
uma só onda:
a onda indivisí­vel
de teu corpo.

Todas as gotas, todas as
raí­zes,
todos os fios da luz vieram,
vieram-me ver tarde ou cedo.

Eu quis para mim tua cabeleira.
E de todos os dons de minha
pátria
só escolhi teu coração
selvagem.

(Autor: Pablo Neruda)

Soneto LXXXVIII

Quando me tratas mau e, desprezado,
Sinto que o meu valor vês com desdém,
Lutando contra mim, fico a teu lado
E, inda perjuro, provo que és um bem.
Conhecendo melhor meus próprios erros,
A te apoiar te ponho a par da história
De ocultas faltas, onde estou enfermo;
Então, ao me perder, tens toda a glória.
Mas lucro também tiro desse ofício:
Curvando sobre ti amor tamanho,
Mal que me faço me traz benefício,
Pois o que ganhas duas vezes ganho.
Assim é o meu amor e a ti o reporto:
Por ti todas as culpas eu suporto.

(Autor: William Shakespeare)

Amei-te

Amei-te e por te amar só a ti eu não via...
Eras o céu e o mar, eras a noite e o dia...
Só quando te perdi é que eu te conheci...

Quando te tinha diante do meu olhar submerso
Não eras minha amante... Eras o Universo...
Agora que te não tenho, és só do teu tamanho.

Estavas-me longe na alma, por isso eu não te via...
Presença em mim tão calma, que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu vi que não eras eu.

Hoje eu busco-te e choro por te poder achar
Não sequer te namoro, como te tive a amar...
Nem foste um sonho meu... porque te choro eu?

E hoje pergunto em mim quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim aos sonhos que sonhei...
Procuro-te e nem vejo o meu próprio desejo...

Que foi real em nós? Que houve em nós de sonho?
De que Nós fomos de que voz o duplo eco risonho
Que unidade tivemos? O que foi que perdemos?

Amamo-nos deveras? Amamo-nos ainda?
Se penso vejo que eras a mesma que és...
E finda tudo o que foi o amor; assim quase sem dor.

Sem dor... Um pasmo vago de ter havido amar...
Quase que me embriago de mal poder pensar...
O que mudou e onde?
O que é que em nós se esconde?

Talvez sintas como eu e não saibas senti-lo...
Ser, é ser nosso véu, amar é encobri-o,
Hoje que te deixei é que sei que te amei...

Que importa? Se o que foi entre nós foi amor,
Se por te amar me dói já não te amar, e a dor
Tem um íntimo sentido, nada será perdido...
(Autor: Fernando Pessoa)