UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A Flor da Amizade

Era uma vez uma flor
que nasceu no meio das pedras.
Ninguém sabe como,
conseguiu crescer
e ser um sinal de vida
no meio de tanta tristeza.
Passou uma jovem
e ficou admirada com a flor.
Logo pensou em Deus.
Cortou a flor
e a levou para a Igreja.
Mas após uma semana
a flor tinha morrido.
Passou um homem,
viu a flor pensou em Deus,
agradeceu e a deixou ali;
não quis cortá-la
para não matá-la.
Mas dias depois
veio uma tempestade
e a flor morreu...
Passou uma criança
e achou que aquela flor
era parecida com ela:
Bonita, mas sozinha.
Decidiu voltar todos os dias.
Um dia regou, outro dia podou,
depois fez um canteiro,
colocou adubo...
Um mês depois,
lá onde tinha só pedras
e uma flor, havia um jardim!
Assim se cultiva uma amizade...

(Autor Desconhecido)

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