UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Folhas de Outono

Sou como folha de outono,
Delicada e suave,
Banhada pelas gotas da chuva,
Que repousa sobre os rios,
E se deixa levar pela correnteza,
Levada suavemente pela doce brisa,
Por caminhos desejados e sonhados,
Levo comigo momentos vividos,
E a saudade que encobre minh'alma,
São pedaços da minha estória,
Entrego-me sem medos nos braços dos mares,
E nas asas do vento,
E sigo em frente,
Pelos caminhos,
Que me levem até o seu coração...

(Autora: Patricia Montenegro)

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