UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A volta por cima

Extrapolei os sonhos!
Vivenciei as mágoas.
Convivi com fracos,
suportei os falsos.
Me mantive em pé,
mesmo com as pedras me atingindo em cheio.
Varri da alma a revolta ignóbil,
o desprezo inútil,
e a descrença falsa.
Reabri meu coração à vida.
Deixei reflorescer a ternura.
Olhei em volta e para o céu sem fim...
...me conformei com o mundo, me conformei com a vida.
Com a vida e com o mundo...
...que mereci pra mim.
Obrigado, Senhor, pela volta que a vida me fez dar.
Aprendi a amar-te, sem mandamentos,
pela simples razão de te amar

(Autor Desconhecido)

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