UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Oração para a Santa Quaresma!

Alma de Cristo, santificai-me.
Os problemas da alma, isto é, a falta de ânimo, o cansaço de viver, o relaxamento na vida espiritual, a desesperança diante das próprias limitações às vezes nos atingem… Então precisamos dizer: Alma de Cristo, santificai-me.

Corpo de Cristo, salvai-me.
Os problemas do corpo são tantos! Quando sentimos que o corpo é um obstáculo e uma dificuldade; quando sentimos a contradição entre o que queremos e o que fazemos, entre os desejos e a realidade; quando se constata a falta de força física e as limitações que nos invadem... Então precisamos dizer: Corpo de Cristo, salvai-me!

Sangue de Cristo, inebriai-me.
Os problemas da tibieza, do cálculo exagerado poupando a própria vida e relacionamentos... A experiência do egoísmo, da busca do bem-estar e da comodidade; quando percebemos que falta generosidade e maior compromisso na vida; quando sentimos a desolação tomar conta de nós… Então precisamos dizer: Sangue de Cristo, inebriai-me!

Água do lado de Cristo, lavai-me.
O problema do pecado e da faltas repetidas… Quando as mesmas recaídas e os hábitos maus se impõem; quando a mentira e o engano parecem sobrepor-se ao verdadeiro sentido da vida; quando o passado negativo pesa demasiado e nos faz sentir sujos e malvados… Então precisamos dizer: Água do lado de Cristo, lavai-me!

Paixão de Cristo, confortai-me.
Os problemas da dor ; as dificuldades exteriores e interiores, próprias e alheias; a dificuldade de controlar os próprios sentimentos, os medos, os aborrecimentos e as tristezas; o temor frente às dificuldades e o pavor frente à dor… Quando sentimos algo disso, então precisamos dizer: Paixão de Cristo, confortai-me!

Ó bom Jesus, ouvi-me.
Os problemas da oração... Quando a própria oração se transforma em problema e parece que a fé e o amor enfraquem; quando não rezamos ou nos sentimos longe do Senhor e parece que Ele já não nos escuta; quando duvidamos até da sua infinita misericórdia... Então precisamos dizer: Ó bom Jesus, ouvi-me!

Dentro de Vossas chagas, escondei-me.
Os problemas da superficialidade e consciência de não viver em profundidade... O deixar-se levar pelos condicionamentos pessoais e sociais... Quando nos sentimos escravos das circunstâncias que nos rodeiam e perdemos nossos sonhos melhores; quando percebemos que falta coerência e apenas cumprimos funções sem profundidade e convicção... .

Então precisamos dizer: Dentro de Vossas chagas, escondei-me!

Não permitais que me separe de Vós.
Os problemas da afetividade espiritual... Quando não se compreende e apenas se sente; quando falamos e nada comove; quando a fé se torna demasiado fria e racional; quando a pessoa de Jesus se torna apenas um conceito, uma idéia; quando perdemos a alegria e a bondade e sentimos que a tristeza e o cinismo invade o nosso interior...

Então precisamos dizer: Não permitais que me separe de Vós!

Do espírito maligno, defendei-me.
Os problemas de situações difíceis e sufocantes... Quando sentimos que os outros se aproveitam de nós; quando topamos constantemente com o egoísmo dos outros; quando temos medo de passar ridículo por sermos bons e generosos; quando a atração do ter, do prazer e do poder se fazem extremamente fortes...

Então precisamos dizer: Do espírito maligno, defendei-me!

Na hora da minha morte, chamai-me.
Os problemas surgem sem aviso e aos poucos nos transtornam... Quando nos fechamos em nossa solidão e rompemos os relacionamentos gratuitos; quando as feridas da vida ficam abertas e doídas e nunca mais cicatrizam; quando estamos perdidos e seduzidos pelo nosso egoísmo...

Então precisamos dizer: Na hora da minha morte, chamai-me e mandai-me ir para Vós, para que Vos louve com os vossos Santos e Santas, por todos os séculos dos séculos.

Amém!

(Autor Desconhecido)

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