UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Notas de Cada Dia


Convence-te de que não existem males eternos.
Toda dor chega e passa.
O dia é sempre novo para quem trabalha.

Não conserves ressentimentos.
A desilusão de agora será bênção depois.
A dificuldade é uma escola.
Servir é um privilégio.
Auxilia para o bem.
Nada reclames.
Gritos não valem.
Queixas não apagam dívidas.
Tristeza inerte é sinônimo de tempo perdido.
A paciência operosa realiza prodígios.
Fala acendendo a luz da esperança.
Esqueça as ofensas, quaisquer que sejam.
Agressores são doentes a serem
medicados pelos recursos de Deus.
Não menosprezes a crítica.
Valoriza os amigos.
Respeite os adversários.
Resguarda a consciência tranquila.
Exerce a beneficiência por dever.
Hoje auxiliamos,
amanhã seremos os necessitados de auxílio.
Não cobres tributos de gratidão.
Agradeçamos as bênçãos que
 Deus nos concede gratuitamente.

Prestigia a existência que a
Sabedoria Divina te concedeu.

Muito importante recordar que, na morte, 
todos encontramos, antes de tudo, 
aquilo que fizemos da própria vida.

Olvida contrariedades, 

trabalhando e servindo sempre.

E, à frente de quaisquer obstáculo 
ou de quaisquer desenganos,
 não te esqueças de que 
o tempo de hoje continuará no amanhã.

(Autor: Emmanuel - Psicografado por Francisco Cândido Xavier)

Bem-aventurados os aflitos



Bem-aventurados os aflitos
Que, chorando – não se desanimam,
Que, ofendidos – não revidam,
Que, esquecidos pelos outros – não olvidam 

os deveres que lhes são próprios,
Que, dilacerados – não ferem,
Que, caluniados – não caluniam,
Que, desamparados – não desamparam,
Que, acoitados – não praguejam,
Que, injustiçados – não se justificam,
Que, traídos – não atraiçoam,
Que, perseguidos – não perseguem,
Que, desprezados – não desprezam,
Que, ridicularizados – não ironizam,
Que, sofrendo – não fazem sofrer...

Até agora, raros aflitos da Terra conseguiram 

merecer as bem-aventuranças do Céu, 
porque, realmente, com amor puro somente 
o Grande Aflito da Cruz se entregou ao sacrifício 
total pelos próprios verdugos, 
rogando perdão para a ignorância deles 
e voltando das trevas do túmulo para socorrer e salvar,
 com sua ressurreição e com o seu devotamento, 
à Humanidade inteira. 


(Autor: André Luiz - Psicografado por Francisco Cândido Xavier)

Primeiramente


Primeiramente, observa o coração, 
iluminando os próprios sentimentos,
 acerca dos semelhantes, para que não envenenes 
os sentimentos alheios em torno de teus passos.

Primeiramente, pensa na felicidade daqueles que te rodeiam,

 aprendendo a exercitar-te nas pequeninas 
renúncias de cada dia, a fim de que a tua felicidade 
 lance raízes inextirpáveis no solo do bem eterno.

Primeiramente, desculpa nos companheiros 

de caminhada todos os erros com que te feriram a própria alma, 
para que sejas tolerado no dia de tua vacilação ou de tua queda, 
de modo a te reergueres com segurança.

Primeiramente, cultiva a bondade que sabe ver 

nas cicatrizes do próximo sinais de experiência e flagelação,
 sem o azedume dos que se especializam
 na posição de contumazes inquisidores, 
e as tuas mazelas e sofrimentos irradiarão apelos ao concurso fraterno, 
grangeando-te a bênção da simpatia.

Primeiramente, ama e compreende, 

auxiliados e entendidos sempre.

Primeiramente, acendamos a luz em nós 

e descobriremos sem dificuldades a luz que brilha nos outros.

Procedendo assim, estaremos também buscando 

primeiramente o Reino de Deus, 
nos mínimos atos de nossa vida, 
sem necessidade de muitas súplicas, na Terra, 
porque, então, todas as bênçãos do Céu ser-nos-ão acrescentadas.

(Autor: Emmanuel - Psicografado por Francisco Cândido Xavier)

Sorria



Sorria,
Sempre nos momentos
de tristeza e angústia
Para que a alma não se acostume ao sofrimento,
não se cale em desespero,
e não adormeça eternamente

Sorria,
Para que a vida seja mais bela
Para que o amor seja mais forte e verdadeiro
Para que as flores e tudo mais possam fazer sentido

Sorria,
Sempre que a vida parecer confusa
Para que as luzes possam brilhar,
e para que as respostas e soluções possam surgir,
para os problemas serem mais fáceis de serem resolvidos...

Sorria,
Em todos os momentos da vida
Porque o sorriso é um remédio para
todas as dores, e um meio de se chegar
a completa e verdadeira Felicidade!

(Autora: Viviana Oliveira)

A Procura da Paz

Se a tristeza vier por qualquer motivo, 
faça o seguinte:

Evite as sombras que ficaram para trás, 

olhe o caminho a sua frente e siga sempre.
Assopre o pensamento triste, 
deixe escorrer a última lágrima, 
vá até o final do poço, mas volte renovado.

Então respire fundo tirando da natureza 

a energia para elevar sua alma.

Abra então a janela, 

aquela que dá para o vôo dos pardais, 
procure a luz que pisca adiante.

Ao encontrá-la, coloque-a dentro do peito, 

de tal jeito que possa ser notada do lado de fora;
Espalhe esta luz em torno de si...
Dê amor à todas as criaturas vivas...
A felicidade é o seu objetivo...

E a paz que você procura será encontrada 

dentro de você onde DEUS deixou um pedacinho de si.

(Autor Desconhecido)

domingo, 29 de abril de 2012

Metamorfose



Para a minha alma eu queria 
uma torre como esta,
assim alta,
assim de névoa acompanhando o rio.

Estou tão longe da margem que as pessoas passam

e as luzes se refletem na água.

E, contudo, a margem não pertence ao rio

nem o rio está em mim como a torre estaria
se eu a soubesse ter...
uma luz desce o rio
gente passa e não sabe
que eu quero uma torre tão alta 

que as aves não passem
as nuvens não passem
tão alta tão alta
que a solidão possa tornar-se humana. 

(Autor: Jorge de Sena)

O que é Simpatia a uma Menina



Simpatia - é um sentimento
Que nasce num só momento
Sincero no coração;
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.

Simpatia são dois galhos

Banhados de bons orvalhos
Nas mangueiras do jardim;
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.

São duas almas bem gêmeas

Que riem no mesmo riso
Que choram nos mesmos ais;
São vozes de dois amantes,
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.

Simpatia - meu anjinho

É o canto de passarinho,
É o doce aroma da flor;
São nuvens dum céu d'agosto
É o que me inspira teu rosto
- Simpatia - é quase amor! 

(Autor: Casimiro de Abreu)

Tem tudo a ver


A poesia
tem tudo a ver
com tua dor e alegrias,
com as cores, as formas, os cheiros,
os sabores e a música do mundo.

A poesia

tem tudo a ver
com o sorriso da criança,
o diálogo dos namorados,
as lágrimas diante da morte,
os olhos pedindo pão.

A poesia

tem tudo a ver
com a plumagem, o vôo e o canto,
a veloz acrobacia dos peixes,
as cores todas do arco-íris,
o ritmo dos rios e cachoeiras,
o brilho da lua, do sol, das estrelas,
a explosão em verde, em flores e frutos.

A poesia

- é só abrir os olhos e ver -
tem tudo a ver
com tudo.

(Autor: Elias José)