Não posso cantar as ruas,
não as vejo, nem demoro
nelas o meu sentido,
nem as céleres avenidas,
ou as mortes-auto-estradas
são meu percurso na vida.
Não enxergo as galerias,
bulevares e esplanadas,
deslizo por baixo das pontes,
sobrevôo os viadutos,
não passeio em passeios públicos,
e abomino os lugares comuns,
me fecho ante as vias todas
que me levam onde é prá ir.
Antes, as trilhas ceifadas,
cortadas nos canaviais,
os atalhos serpenteados,
as sendas dos vendavais,
na rota das ondas,
nas margens dos rios,
meus pés já me contam
o ansiado caminho.
(Autora: Dora Vilela)
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