UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Sinto o vento



Quando caminho pela praia,
Ouço o barulho do mar.
Sinto o vento a me tocar,
Como se algo quisesse falar.
Vento que corta a calma,
Vento que enche minh'alma.
Vento que toca e alcança,
Meu íntimo e minha lembrança.
Traz os segredos que são meus,
Do meu tempo de criança.
Afasta de mim essa tristeza,
 Para trazer até mim uma esperança.  

(Autor: José Ernesto Ferraresso)

Nenhum comentário: