Sou só,
Como um navio num cais,
à espera de um navegador.
Como uma folha que cai,
tão seca e sem vida eu sou.
Tento às vezes, clamar por ajuda,
gritar por alguém...
Então me encontro só.
Não há ninguém...
Sou como a lágrima que rola,
perdida, dos olhos de um sonhador.
E como a lebre que cai,
já sem vida pelo tiro de um caçador.
Sou como o incenso que lento,
o vento levou...
E como um sêmen perdido,
e esquecido no mundo, eu sou...
Sou como o fogo ardente,
de um sol que apagou.
E como a água corrente,
cuja fonte secou.
Sou como Dirceu sem Marília...
E como uma triste e desolada ilha.
Sou um sofredor eminente,
uma esperança perdida.
Sou como o fim de uma estrada
singrada por torpes alvoradas.
Sou uma utopia...
Sou só,
sou só e mais nada.
(Autora: Lena Viola)
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