UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Amor



Amor é o sol que não cobra
por seus raios.

É o ar que preenche todos os
recipientes por dentro e por fora.

É o oceano que aceita todos os tipos
de rios sem questionar suas origens.

É uma árvore que não se vangloria
ao dar sombra e abrigo e curva-se
para oferecer seus frutos.

É uma água doce do rio que mata
a sede de todos que vêm na sua praia.

É o chamado do sábio...
Que ama o que sabe...
E sabe o que ama. 

É um coração grande que acomoda
o universo inteiro, e no qual ainda
sobra espaço.

(Autor: Ken O'Donnell)

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