UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sou o vento que anda...


Uma brisa fresca,
luar entre as árvores,
o som do riacho,
nuvem na montanha...
A vida é uma estrada e
eu sou o vento que anda
pelas trilhas deixadas
pela ausência.

Já andei por todos os lugares,
por todos os caminhos.
E todos os dias
sempre a minha espera,
na noite que cai,
o horizonte que se esconde na terra.

Sou a brisa leve e perfumada
que passa roçando teus lábios
nas madrugadas;
que balança teus cabelos
nas tardes frias do outono
e que embala teus sonhos e porvir.

Levo comigo o que posso dar,
o que recebi: o amor.
Lembro o aroma e o perfume da flor:
Sou o vento que anda...

(Autora: Delasnieve Daspet)

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