UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Espero por Ti

Espero por ti
À noite à beira mar
Enquanto a lua brinca
Com as estrelas
E me convida a sonhar.
Quando te vejo chegar
Ilumina-se a brancura
Das ondas, que tontas,
Ondulantes e insinuantes
Também por ti a chamar.

A lua reflecte-se na escura
Imensidão do mar
E as estrelas,
Salpicam as águas
Com o brilho dos beijos
Que estão a atirar,
Enquanto eu louca
Corro para te abraçar
E em ti me enrolar
Como as ondas
Fazem no mar.

Espero por ti
Enquanto
Puder sonhar.
(Autora: Maria Sousa)

Nenhum comentário: