UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O que é magnífico...


O que é magnífico com a Ciência Iniciática é que não se tem qualquer esperança de chegar ao fim! Sim, é isso que é exaltante: saber que nunca se acabará. Infelizmente, com alguns acontece exactamente o contrário. Eles pensam assim: «É muito longo, os resultados demoram muito a aparecer. Vou desistir.» E escolhem para si um objectivo que é possível alcançar em alguns anos. Eles atingem-no e ficam contentes, finalmente obtiveram o que desejavam; mas em breve se apercebem de que também eles estão “finitos”, mortos, enterrados... porque partiram à busca de algo finito!


Só aqueles que compreenderam que devem procurar o infinito, o ilimitado, o que está além do tempo e do espaço, se sentem vivos, porque a vida verdadeira é a imensidão, a eternidade. Nunca vos refugieis naquilo que é inacessível, limitado: abarcai o infinito e a vossa alegria também será infinita. Será a felicidade, a luz, a força, o dilatar de todo o vosso ser.

(Autor: Omraam Mikhaël Aïvanhov)

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