UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 7 de agosto de 2011

Noites Sem Fim

Estranha sensação...
De noite fria em meu coração.
Sinto dentro de minh'alma
Noites sem fim.
Pensamentos e desejos,
Adormecidos nesta escuridão.
O silêncio que me invade
Há tempos abriga esta solidão.

(Autor: Bruno de Paula)

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