UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Cinzas de Amor




Já não tem nome o que sinto
Parece agonia sem causa
Um grito nascendo d'alma
Dizendo que o amor já é findo

Meu sonho evaporou-se
O sentimento morreu
Em nuvens desvaneceu-se
Por um capricho só seu

Não sei porque um dia amei
Se meu coração avisou
Que tudo em que acreditei
Sempre me desapontou

Teimoso meu coração
Acreditou em seu amor
E entregou-se a uma paixão
Que me causou tanta dor

Agora só quero esquecer
Desse sonho que acabou
E das cinzas reerguer
Com a força que restou.

(Autora:  Denise Vieira)

Nenhum comentário: