UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Eu posso



Que Deus ouça as preces que 
lhe dirijo quando amanheço
revigorada e anoiteço tranquila.
Quando consigo manter uma
relação mais gentil com as 
lembranças difíceis que, às vezes,
ainda me assombram. 
Quando posso desfrutar do contentamento
mesmo sabendo que existem problemas
que aguardam eu me
entender com eles. 
Quando não peço nada além de força para
prosseguir, por acreditar que, fortalecida,
eu posso o que quiser, em Deus.

(Autora: Ana Jácomo)

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