UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 17 de setembro de 2011

Passeiam os anjos



Anjos passeiam
Livremente
E voam leves
Sobre nossas casas
Onde descansam as asas
Enquanto nos vigiam...
Olham a Lua
E vestem o céu
De estrelas.
Derramam folhas
Na madrugada
Caçam borboletas
Quando vem a aurora
Pincelam jardins
Amadurecem amoras...
Depois se vestem de amigos
Desses que a gente adora.
Anjos nunca vão embora.
(Autora: Shirlei L. Passolongo)

Nenhum comentário: