UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

domingo, 25 de setembro de 2011

Cativos



O céu é cativo no teu olhar
Os filós de nuvens airosas
Seduzem os alísios ventos
No espaço do firmamento
O Mar é cativo no teu olhar
As ondas suspiram porosas
Sobre o mar os momentos
De um total contentamento
A Terra é cativa no teu olhar
A realeza em transe de rosas
Sangra atar nos pensamentos
O Tao-Amor é seu alimento
Um Pluriverso é cativo no teu olhar
Livre estou
No teu sonhar.

(Autor: Jean-Pierre Barakat)

Nenhum comentário: