UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Oração!



Senhor, 

Outro dia fiz uma colcha de retalhos
Todos os pedacinhos de pano que
Guardei iam servir.
Ao pegar cada pedaço recordava-me de
Pessoas, acontecimentos, como se cada
Um tivesse sua história para contar.
Fui costurar.
Cores que a primeira vista não combinavam,
Padrões e desenhos totalmente diferentes,
Tudo se juntou.
A colcha ficou pronta. E como ficou bonita!
E fico pensando:
Tu criastes todos os seres diferentes.
Ninguém é igual ao outro. Nada de repetição
De monotonia. E não
São diferentes só fisicamente. 
Todos pensam
 Diferente, sentem diferente, agem diferente.
Um complementa o outro. 
Um apóia o outro.
Que maravilha é uma “colcha” de tantos
Seres diferentes, formando a humanidade.
Por que quero que todos sejam iguais?
Eu sou um pedacinho no grande conjunto.
Embelezo sua criação de um determinado modo. 
Outros realçam outras cores e outros padrões. 
Importante é querer ser “costurado”
aos outros retalhos e não ficar isolado.
Todos, ao seu modo, formam a grande
Colcha da unidade na pluriformidade.

Obrigada Senhor!

(Autor Desconhecido)

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