UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Primavera



Ela chega discreta
na metamorfose divina
com seus encantos, sua beleza
Seus vários perfumes,
com seu jeito peculiar.
Da vida ao seco
trazendo vigor da florada
uma eclosão de cores
num calor de amores
em uma brisa que enternece.
Crianças brincando na chuva
sobre um céu colorido
olhares sorridentes
pulsando nos movimentos.
Ah, doce e bela primavera!

(Autora: Patricia Tieko)

Nenhum comentário: