UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ainda


Não digamos "não", nem "nunca mais"... 
não digamos "sempre" ou "jamais"...   
digamos, simplesmente: "ainda"!...
Ainda nos veremos um dia...
Ainda nos encontraremos 
na estrada da vida...
Ainda encontraremos a pousada, 
o afeto almejado, a guarida...
Ainda haverá tempo de amar, 
sem medo, totalmente... 
infinitamente... 
sem ter medo de pedir, 
de implorar, ou chorar...
Ainda haverá tempo, 
para ser feliz novamente...
Ainda haverá tristeza, 
ainda haverá saudade, 
ainda haverá primavera, 
o sonho, a quimera...
Ainda haverá alegria, 
apesar das cicatrizes...
Ainda haverá esperança,
porque a vida ainda é criança... 
e amanhã será outro dia!... 

(Autor: Carlos Saad)

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