UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 18 de maio de 2010

Justiça

A verdade torna-te imponente, crente que a falsidade
e a maldade jamais prevaleceram perante a justiça.

Justiça é um conjunto de leis muito mal geridas,
procuram na mesma frase demonstrar mil e
uma forma de verdades distintas.

Corrompidas por mentes obscuras, defendidas por
dinheiro, ou mal defendidas por falta dele.

Um saber perspicaz que muda a forma de estar.
Estes ficam sem paciência para ouvir dificuldades,
afinal para muitos, não passam de banalidades.

Uma transformação de pessoa,de carisma, de
personalidade, uma transformação de verdade.

Uma inteligência repleta de estratagemas, de um
poder mal utilizado, um crescer conturbado que
deturpa o ser humano.

Justiça nunca será o "respeito à igualdade de todos
os cidadãos", pelo menos enquanto nós seres
humanos imperfeitos,tão cheios de defeitos,
decidirmos ter um poder que não nos pertence.

A verdadeira justiça vive na consciência de cada um,
que guarda para si o que verdadeiramente acontece,
mas tenta mostrar aos outros uma verdade que não
existe, e que apenas gostava que existisse...

A lei permite ao bom senso decidir se a quer usar
para a verdade, ou se a quer deturpar na mentira...
Isto sim, é injúria.
Mas todos lhe chamam vulgarmente de justiça.

(Autor Desconhecido)

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