UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Acordemos

É sempre fácil
Examinar as consciências alheias,
Identificar os erros do próximo,
Opinar em questões que não nos dizem respeito,
Indicar as fraquezas dos semelhantes,
Educar os filhos dos vizinhos,
Reprovar as deficiências dos companheiros,
Corrigir os defeitos dos outros,
Aconselhar o caminho reto a quem passa,
Receitar paciência a quem sofre,
E retificar as más qualidades de quem segue conosco...
Mas enquanto nos distraímos,
Em tais incursões a distância de nós mesmos,
Não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição.
Enquanto nos ausentamos
Do estudo das nossas próprias necessidades,
Esquecemos a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na Fé viva,
Somos simplemente
Cegos do mundo interior
Relegados à trevas...
Despertemos, a nós mesmos,
Acordemos nossas energias mais profundas
Para que o ensinamento do Cristo
Não seja para nós benção que passa, sem proveito à nossa vida,
Porque o infortúnio maior de todos
Para a nossa alma eterna
É aquele que nos
Infelicita quando a graça do alto
Passa por nós em vão! (Autor: André Luiz - Psicografada por Francisco Cândido Xavier)

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