E eles me disseram:
Deus é o mar e nós somos criaturas dele.
Perguntei a cada uma das sete cores do arco-íris:
que é Deus?
E as cores me responderam:
Deus é a luz incolor e nós somos filhos dela.
Perguntei a todos os ruídos do Universo:
que é Deus?
E eles exclamaram:
Deus é o grande silêncio que nos gerou.
Perguntei a todas as formas da Terra,
desde o triângulo até os organismos
das plantas, dos insetos, das aves,
dos peixes e de todos os animais:
que é Deus?
E eles me disseram:
Deus é o amor, que nos deu forma.
Interroguei às trevas da meia-noite:
que é Deus?
E as trevas noturnas murmuraram:
Deus é o sol e nós somos prole dele.
Indaguei a todas as plenitudes do Cosmos:
que é Deus?
E as plenitudes me responderam:
Deus é o eterno vácuo, o nirvana,
o nada que produz os nossos algos.
Perguntei a todos os seres conscientes do mundo:
que é Deus?
E todos concordaram:
Deus é o infinito consciente de cujas profundezas
brotaram os nossos conscientes finitos.
E depois que todas as criaturas responderam
as minhas perguntas, exclamei estupefato:
como é que o negativo produz o positivo?
E elas, em um coro uníssimo, replicaram:
"o negativo de Deus, é a negação das
quantidades, do efeito, dos finitos,
mas é o positivo da qualidade,
a afirmação da causa, do infinito,
o grande todo, o único um;
Deus é a inconcebível essência que
transforma todas as existências concebíveis
e habita em cada uma delas;
Deus é o infinito transcendente imanente
nos finitos.
E ante essa mensagem no Universo,
fiz calar todos os ruídos analíticos do intelecto
e minha alma se abismou no profundo silêncio
da intuição espiritual.
E compreendi...
Compreendi assim como
se compreende com a alma...
Compreendi a voz do silêncio.
(Autor Desconhecido)
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