UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Decisão é Sua

Existia, próximo a uma pequena cidade, uma casinha bem simples, no alto da serra, onde morava um velho, sábio, contador de histórias, uma pessoa querida e respeitada por todos que viviam naquela região.

Certo dia, um grupo de jovens travessos, sonhadores e com energia transbordando, tiveram uma brilhante idéia:
- Hoje, nós vamos desbancar aquele velho! Vamos mostrar para ele que ele é capaz de errar... A gente pega uma borboleta, coloca entre as mãos, vai até ele e pergunta o que é que a gente tem nas mãos. Como ele é sábio, facilmente vai responder. Vamos perguntar, depois que ele acertar que é uma borboleta, se ela está viva ou morta. Se ele responder que está viva, a gente aperta a mão com força e mata a borboleta, em seguida, mostrando para ele que está morta; se responder que está morta, a gente abre a mão e ela sai voando. Dessa vez o sábio não vai saber a resposta!

E assim fizeram. Pegaram uma borboleta no campo florido e dirigiram-se, eufóricos, até a casa do velho. Aproximaram-se, todos contentes, e foram perguntando, já subestimando a capacidade do velho homem.
- O que é que a gente tem aqui entre as mãos?
Ele olhou... olhou..., observou bastante e respondeu:
- Uma borboleta.
- Muito bem! Acertou. Agora, diga pra nós se esta borboleta está viva ou morta?
Olhando bem nos olhos de cada um dos adolescentes, calmamente o sábio sorriu e respondeu:
- Depende de vocês... A vida ou a morte dessa borboleta está nas suas mãos.

(Autor Desconhecido)

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