De poder isolar-me na poesia,
Ter nela o alívio à provação mais dura,
E no sonho o meu pão de cada dia.
Sentir albor de lua na noite escura,
Achar descanso e paz na nostalgia
E ver, até no pranto da amargura,
Um consolo vizinho da alegria.
Graças a vós por este dom divino
Que me defende do destino adverso
Tornando-me senhor do meu destino.
E se em mim próprio surge o mal perverso,
Puro, alegre, feliz o mal domino
E alo-me ao céu nas asas do meu verso.
(Autor: Bastos Tigre)
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