UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

No meu ser - Bárbara de Fátima



Sublimes devaneios.
Sentimentos paralisados dentro do coração.
Envelhecendo a dor, ruborizando a paixão.
Amor obscurecido na noite sem anseios.
Não é o momento que entristece a minha alma.
É a perda da sensibilidade de amar.
Não é o gosto do infortúnio que me apavora.
É a amargura do abandono.
Não é a agonia que desespera o meu espírito.
É a dor da incapacidade de te ter ao meu lado.

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