UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Falando de amor com você - Bárbara de Fátima

Minha voz:
dengosa, arrepiante.
Cheia de malícia, cativante.
Que sussurra com ternura,
palavras de candura.
Que encanta e busca a canção,
envolvendo com emoção.
Dos traços de amor e desejo,
que se derramam e se fantasiam,
unindo alegria e loucura.
Paixão, desejo, ...aventura!
E com a força de uma entrega total
despeja-se o temporal.
No fim, minha voz doce, sagaz, cálida
vai cumprindo a sua missão solitária.
Com ironia diz:" Me escute apenas, não confirmo nem descarto.
Sou metafórica, sou abstrata, sou encantada!".

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