UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Setembro, mês da Bíblia


Setembro é o mês que a Igreja dedica
a Palavra de Deus.
Mas isso não quer dizer que ela não dedique
os outros onze meses.
É que em setembro a Igreja faz um grande
multirão para lembrar aos católicos
a importância da palavra de Deus.
É importante conhecer os ensinamentos
do nosso Deus que estão expressos
na Palavra de Deus.
Porém é neste tempo em que muita gente
acaba “acordando” para a palavra de Deus
que precisamos estar atentos a uma realidade:
Não basta apenas ler a palavra,
mas é preciso interpretá-la corretamente.
Por que você só vai entender a mensagem
de Deus na sua essência,
se você aprender a interpretar corretamente
o que está contido na palavra.

É preciso entender o contexto do texto.
Bíblia é uma palavra grega que significa
livros, uma colecção de livros,
uma biblioteca.
Aí encontramos a história de pessoas
que tiveram um encontro com Deus
e com a sua ação, através da vida
e da história.

Assim, a Bíblia tem
dois pontos fundamentais:

Mostra quem é Deus.

Não o que Deus é em si mesmo, porque isso
é um mistério, mas o que Deus é para
os homens e o projeto que Ele realiza
na vida e na história:
que todos tenham vida e liberdade.
Porém, Deus não impõe nada.
Ele propõe. Se o homem aceita,
Deus caminha com ele a fim de conquistar
a vida e a liberdade;
Mostra quem são os homens.
A Bíblia é realista; não se preocupa
em ser edificante.
Aí encontramos o homem com aquilo
que tem de bom, mas também com
o que tem de perverso:
tropeços, egoísmo, teimosia, angústias,
buscas, boa vontade.
Ela mostra o encontro dos homens com Deus
e as consequências - uns convertem-se,
aceitam o projecto de Deus e caminham
em busca da vida e liberdade;
outros fecham-se em torno do próprio egoísmo,
rejeitando qualquer tipo de vida que
não esteja voltado para
os seus próprios interesses.
Na Bíblia está o drama da vida do homem,
tanto o de ontem como o de hoje.
É como se fosse um grande espelho,
onde vemos e reconhecemos a nossa face,
situações que vivemos, os acontecimentos
que nos libertam ou aprisionam.
A Bíblia é a nossa história.
Mostra o que podemos encontrar,
se aprendemos a ler,
na vida e nos acontecimentos,
o sim ou o não com que o homem pode
responder a Deus e ao seu projeto.

" A BÍBLIA FOI ESCRITA EM TRÊS LINGUAS"
A Bíblia não foi escrita numa única língua,
mas em três línguas diferentes.

A maior parte do Antigo Testamento
foi escrita em hebraico. Era a língua que se falava
na Palestina antes do cativeiro.
Depois do cativeiro, o povo de lá começou a falar
o aramaico. Mas a Bíblia continuou a ser escrita,
copiada e lida em hebraico.
Para que o povo pudesse ter acesso à Bíblia,
foram criadas escolinhas em toda a parte.
Jesus deve ter frequentado a escolinha
de Nazaré para aprender o hebraico.
Só uma parte bem pequena do Antigo Testamento
foi escrita em aramaico.
Um único livro do Antigo Testamento,
o livro da Sabedoria, e todo o Novo Testamento
foram escritos em grego.
O grego era a nova língua do comércio que
invadiu o mundo daquele tempo,
depois das conquistas de Alexandre Magno,
no século IV antes de Cristo.
Assim, no tempo de Jesus, o povo da Palestina
falava o aramaico em casa, usava o hebraico
na leitura da Bíblia, e o grego no comércio
e na política.
Quando os apóstolos saíram da Palestina para
pregar o Evangelho aos outros povos,
eles adotaram uma tradução grega
do Antigo Testamento, feita no Egito
no século III antes de Cristo para os judeus
imigrantes que já não entendiam mais
o hebraico nem o aramaico.
Esta tradução grega é chamada Septuaginta
ou Setenta.
Na época em que ela foi feita, a lista (cânon)
dos livros sagrados ainda não estava concluída.
E assim aconteceu que a lista dos livros
desta tradução grega ficou mais comprida do que
a lista dos livros da Bíblia hebraica.
É desta diferença entre a Bíblia hebraica
da Palestina e a Bíblia grega do Egito,
que veio a diferença entre a Bíblia
dos protestantes e a Bíblia dos católicos.
Os protestantes preferiram a lista mais curta
e mais antiga da Bíblia hebraica, e os católicos,
seguindo o exemplo dos apóstolos, ficaram
com a lista mais comprida da tradução
grega dos Setenta.
Há sete livros a mais na Bíblia dos católicos:
Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria,
os dois livros dos Macabeus, além de algumas
partes de Daniel e de Ester.
São chamados "deuterocanônicos", isto é,
são da segunda (deutero) lista (cânon).

(Autor Desconhecido)

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