UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA
Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]
(Autor: Fernando Pessoa)
Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]
(Autor: Fernando Pessoa)
sábado, 12 de setembro de 2009
LIVRO: Dez (quase) Amores
Category: Books
Genre: Literature & Fiction
Author: Claudia Tajes
Mais um livro da linha "Em busca do homem dos meus sonhos". Dez (quase) amores é uma comédia romântica na melhor compreensão do termo. De fato, a comédia sobrepuja o romance.
Maria Ana é a protagonista e a narradora de sua história de amores e desamores. Como ela mesma diz: "Amores que viraram história. Histórias que viraram amores. Ou quase".
È uma leitura que passa sem pesar, sem incomodar. Uma terapia a base de muito riso. Em cada capitulo, ela conta um “quase amor”. Cada um mais burlesco que outro. Quando você pensa que não pode rir mais , surge o espírito de "há controvérsias" para lhe mostrar o contrário. Equivale a todos os vale a pena possíveis!
Para reforçar a minha efusiva recomendação, deixo-vos com o comentário ilustre de Martha Medeiros:
"Dez (quase) amores narra os encontros e desencontros de uma legítima 'mulher solteira procura', papel que todas nós já protagonizamos um dia. É divertidíssimo. Tem tiradas impagáveis. Puro entretenimento. Um livro reconfortante para quem acha que é o único ser humano do planeta que está sem programa pro sábado. Duvido que seja seu caso, mas se for, o exemplar que você tem em mãos está aí mesmo para lhe fazer companhia".
Aí vai um trechinho:
Luiz, este é o nome. O que faz na vida, quantos anos tem, quem é essa pessoa?
Se trabalha no shopping, deve ser vendedor em alguma loja (menos surf, pelo amor de Deus), ou garçom de lancheria, ou faxineiro. E minha mãe que previa um futuro tão luminoso para mim.
Mas também pode ser dono do shopping, por que não? Antônio Ermírio é um que não aparenta o trilionário que é.
Luiz disse amanhã, na mesma hora, e eu vim. Eu e oito milhões de populares se acotovelando atrás das ofertas de Natal. Fico parada no mesmo lugar de ontem, esperando que ele apareça. Agora começo a ficar com fome, mas tenho medo de sair daqui e Luiz chegar. Será que vou me lembrar da cara dele? A miopia fez de mim uma péssima fisionomista.
Já vou desistir quando o vejo. Ele vem correndo e derrubando os oito milhões de chatos pelo caminho.
— Cada vez que eu tentava sair, aparecia mais alguém para eu atender.
— Onde você trabalha, afinal?
— Pode me considerar uma espécie de relações públicas do shopping.
Almoçamos (mal) e hoje quem precisar ir sou eu. Tento marcar alguma coisa para a noite, mas ele já tem programa.
— Se você é casado, abra o jogo.
— Não é isso, mas até o fim de dezembro estou muito ocupado.
— Bem, a gente pode sair no sábado.
— Em dezembro eu trabalho todos os finais de semana.
— Mas o que você faz? É o Papai Noel?
— Como é que você adivinhou?
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