UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Estado permanente de Flor

E se você desejar me conhecer...
Vou te ensinar o itinerário...
Primeiro, esqueça o horário...
Liberte-se das capas, mapas e mentiras...
E ria junto comigo...Não gosto de formalidades,
Muito tato que leva às meias-verdades...
Serei sempre do tamanho que você me enxergar...
Porém, veja-me como sou,não diga que eu tenho valor
Se você não me dá o devido.

Não sou de vidro, não quebro á toa.
Na boa, trate-me com a intensidade necessária e não me faça de
Deusa se não consegue vê-la em mim.
Meu pedido, meu recado e tudo que preciso está escrito no tempo...
Vento...calmarias e nada mais pode apagar isso.
O que preciso é de eternidade...
Sendo assim...Aprecie o que te ofereço de coração.
Observe-me com a leveza de uma bolha de sabão...
E ache minha beleza...
Ela está ao meu redor...no meu calor...no meu estado permanente de flor.

(Autora: Karla Bardanza)

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