UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

sábado, 11 de julho de 2009

DEUS

Passei tanto tempo te procurando.
Olhava o infinito.
Não sabia onde estavas.
Não te via e pensava comigo mesma:
"Será que tu existes?"
Não me encontrava na busca e prosseguia.
Tentava te encontrar nas religiões
e nos templos.
E tu não estavas.
Te busquei através de sacerdotes
e pastores e não te encontrei.
Senti-me só e desesperada te descri,
Na descrença te ofendi.
Na ofensa, tropecei e caí.
Na queda, senti-me fraca.
Na fraqueza, pedi socorro.
No socorro, encontrei amigos.
Nos amigos encontrei carinho.
No carinho, vi nascer o amor.
Com o amor vi um mundo novo.
No mundo novo, resolvi doar.
Doando, recebi, recebendo, me senti feliz.
Feliz encontrei a paz.
E com a paz, foi que te enxerguei,
Pois dentro de mim tu estavas.
E sem te procurar...
Foi que te encontrei.

(Autor Desconhecido)

Nenhum comentário: