UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 23 de julho de 2009

E ela me ensinou a voar...

E ela me ensinou a voar.
De olhos fechados,
Sinto a leveza do olhar,
Asas no além, um bem
Quase sublime, o prazer
De ser o que deve sempre
Enfeitiçar.
Sonhos de amar flor,
Liberdade sem amor,
Asas feitas de cetim
E lá vem ela pousar
Tão dentro de mim.
Nada para me conter,
Fuga para o atrevimento,
Quero ser borboleta e
Me perder no vento.
E se tempo me sobrar,
Vou aprender a amar.
E ela me ensinou a voar,
De olhos fechados, saio
Do casulo e vou para o
Abismo.Caio.Queda para
O alto.Asas cobertas de
Alegria.Esta sou eu cheia
De fantasia, sonhando
Sem limites, sem fronteiras.
Sem eira nem beira, alço
O vôo mais desafiador:
Ir deixando o passado e
Todo seu esplendor.E lá
Vou eu rumo a mim mesma
E descubro quase atrevida
O que pode ser a vida.

E ela me ensinou a voar.
Nunca mais consegui pousar...

(Autora: Karla Bardanza)

Nenhum comentário: