Eu me ajoelhei para orar, mas não por muito tempo, pois tenho muito o que fazer.
Eu tive que me apressar e ir trabalhar, pois as contas em breve precisam ser pagas.
Assim, me ajoelhei e rezei apressadamente e me levantei depressa dos meus joelhos.
Minha obrigação cristã foi feita.
Minha alma pode descansar em paz...
Por todo o dia eu não tive tempo
de espalhar uma palavra amiga, sem tempo para falar de Cristo aos amigos, eles ririam de mim, eu receio.
Sem tempo, sem tempo, muita coisa a fazer era a minha constante reclamação.
Sem tempo de dar às almas necessitadas, mas por último o tempo, o tempo de morrer, e fui perante Nosso Senhor, eu entrei e fiquei de olhos baixos.
Pois em suas mãos, Deus tinha um livro, o Livro da Vida!
Deus olhou no seu Livro e disse:
...Seu nome não consigo encontrar, uma vez eu ia escrever o seu nome...
Mas nunca encontrei tempo!
(Autor Desconhecido)
UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA
Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]
(Autor: Fernando Pessoa)
Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]
(Autor: Fernando Pessoa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário