UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 4 de agosto de 2009

No caminho

Plantemos flores onde repontem, ameaçadores, espinheiros agrestes.
Lancemos a mensagem do bem, onde o mal procura envolver situações, criaturas e coisas, estabelecendo aflições inúteis.
Estendamos os recursos da amizade leal, onde a discórdia tente consolidar o escuro domínio que lhe é próprio.
Auxiliemos com o nosso concurso irmão, onde a leviandade desajuda.
Façamos da solidariedade a bandeira de nossa marcha permanente para diante, dentro da nossa sede de progresso porque, em verdade, somente a compreensão, a tolerância e a fraternidade, com o perdão e o amor por normas inalteráveis de serviço, conseguem efetivamente amparar, lenir, soerguer e salvar.

(Autor: Meimei)

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