UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Vem


Vem.
Voa comigo,
vamos os dois
em busca do paraíso
Chega de castigo
Vem...
voar, voar, voar...
de mãos dadas, sem parar
sem largar
rumo ao sol
rumo à lua.
Que diferença faz?
Vem...
Não olhes para trás
Diz-me que sim
e que não te vais arrepender,
olha para mim,
e fala que
não vamos nos perder
e que esta viagem
jamais terá fim.
Pode ser?

(Autor Desconhecido)

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