UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Desculpe-me...


Se ontem...
Quis ser o sol, e me transformei em chuva,
Quis ser uma rosa, e me transformei em espinhos,
Quis ser o caminho, e não passei de um desvio,
Quis ser o sorriso, mas sem querer me transformei em lágrimas,
Quis ser poesia, mas na verdade não passei de uma palavra sem sentido mas
que quando expressado foi capaz de traduzir um pranto,

Desculpe-me...
Se quis ser o desejo completando as horas,
E me transformei em um minuto apenas de insatisfação,
Desculpe-me se te magoei...
Se te machuquei . . .
Desculpe-me e dê-me mais uma chance, para que assim possamos esquecer
um momento que não foi importante em nossas vidas,
Mas que serviu para me mostrar que é preciso pensar várias
vezes o que vamos dizer ou fazer à alguém,
É preciso medir as palavras por menor que sejam elas, para não
magoar a quem gostamos...

Desculpe-me se não estava perto quando me chamou...
Por não ter percebido o quanto precisava de mim...
Perdoa-me por não dizer a palavras certas nas horas certas...
Desculpe se em algum dia falei o que não gostaria de ouvir...
Enfim, desculpe por tudo,
mas o que importa é que percebi que errei e tentarei mudar...

(Autor Desconhecido)

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