UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Por Amor

Por amor,
Ofereci-te o meu mundo,
Dei-te a minha alma.
Por amor,
Entreguei-me ao proibido,
Sabendo das consequências.
Por amor,
Mostrei-te o labirinto do meu corpo,
Entreguei a minha carne.
Por amor,
Perdi o meu chão,
Passei à beira de um precipício,
Sem importar-me com o amanhã,
Sem importar-me com a vida,
Esqueci da lei,
Ultrapassei as regras,
Passei por cima da minha honra,
Pisei na minha imagem,
Não tive medo do inferno,
Vivi o pecado,
Tudo para amar você...

(Autor Desconhecido)

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