Um missionário viajava por terras distantes, quando ao passar por um mercado de um vilarejo, encontrou uma banca de criadores de peças de tapeçaria.
Enquanto andava, um fato lhe chamou a atenção; um homem estava gritando de seu tear
em um canto da banca para outro operário do outro lado da banca.
Enquanto gritava, fios formavam a peça de tapeçaria como que por mágica.
O missionário pediu uma explicação à seu guia.
- O homem que você vê, disse o guia, é um tecelão mestre.
Ele grita à seu aprendiz atrás do tear que cor de fio usar e onde colocar.
Só o tecelão conhece o projeto inteiro, então é vital que o aprendiz execute os comandos do mestre com extrema exatidão.
- E o aprendiz nunca comete um erro?
Perguntou o missionário.
- Naturalmente.
Mas o tecelão é um homem muito bondoso e neste caso ele raramente colocará o menino
para fora do serviço.
Ao contrário, sendo um grande artista, ele simplesmente trabalha o erro dentro do projeto.
E o missionário saiu pensando...
- Assim é Deus conosco. Nós não podemos ver o padrão que Deus quer dar à peça.
Estamos do outro lado do tear olhando para os fios aparentemente colocados sem propósito.
Ocasionalmente podemos dar uma olhada no projeto, mas então logo que imaginamos
saber tudo, o mestre indica um fio que muda toda a coisa.
Então, temos que confiar, pois o mestre tecelão sabe o que ele faz.
- E como o aprendiz, nós também cometemos nossos erros. Colocamos um fio vermelho ao invés de um violeta. Damos o nó no lugar errado ou deixamos frouxo.
E Deus, em sua misericórdia, não dá bronca mas apanha nossos erros e refaz o projeto.
(Autor Desconhecido - Tradução Sergio Barros)
UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA
Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]
(Autor: Fernando Pessoa)
Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.
Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.
Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]
(Autor: Fernando Pessoa)
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