aquele cheio de verdades,
cujas ausências forçadas
eram de perfumes impregnadas,
e cada volta um presente único?Por onde andará
aquele momento eterno
em que as promessas do altar,
eram cumpridas sem sacrifícios
porque conscientes,
onde o respeito era valor,
o companheirismo uma constante,
a decência um motivo de orgulho,
a confiança fincada
em atitudes fiéis,
o ciúme apenas um têmpero?Alguém começou a escondê-lo
por aí e muitos outros gostaram
da idéia,amparados pelas tão
sábias palavras dos doutos
entendidos que sempre incentivarama busca do melhor em outro lugar,
a satisfação plena do "eu"
contra tudo e contra todos,
como se o importante
fosse realmente o que se recebe,
não o que se dá...A forma se sobrepôs ao conteúdo,
o matiz tomou o lugar da cor,
o prazer sobrepujou o amor.
Pobre ser humano,
tão senhor de si,
perdido nesse mar de intransigências,
correndo em círculos,
procurando a verdade
que está tão visível,
tão nua,
tão palpável,
buscando sempre a novidade...Tolos e inconseqüentes,
esgotam-se num hoje de risos
onde o prazer é efêmero,
sem se dar conta
que a verdadeira alegria
é a que decorre do prazer
que se eterniza,
do encontro e não da busca,
do perene, não do fugaz.
E assim, covardemente,
fogem das verdades claras
para se embrenharem nos escuros
que, aparentemente, apresentam-se
como visões celestiais,
em nada sendo mais
que o inferno camuflado.
Por onde anda o amor?
Se o acharem,
devolvam-me, por favor!
(Autora: Cleide Canton)
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