UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O Verdadeiro Internauta


Não guarda rancor,
Não exagera, maximiza.
Não acorda, dá boot.
Não faz análise, faz um scandisk.
Não peca, comete exceções fatais.
Não rouba, executa operação ilegal.
Não pede ajuda, tecla F1.
Não esquece, deleta.
Não evolui, faz upgrade.
Não tem pena, tem DOS.
Não desmarca compromissos, remove programas.
Não faz implante, bota hardware novo.
Não gosta de moça séria, só sai com garotas de programa.
Não socorre, salva.
Faz backup das mágoas.
No restaurante pede logo o menu inicial.
Quando toma sopa de letras, escolhe a fonte.
Freqüenta o Powerpoint da rapaziada.
Quando está com gripe toma um antivírus.
Que tal?

(Autor Desconhecido)

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