UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Semear


Quem planta árvores, colhe alimento.
Quem semeia flores, colhe perfume.
Quem semeia o trigo, colhe o pão.
Quem planta amor, colhe amizade.
Quem semeia alegria, colhe felicidade.
Quem planta a vida, colhe milagres.
Quem semeia a verdade, colhe confiança.
Quem planta fé, colhe a certeza.
Quem semeia carinho, colhe gratidão.
No entanto, há quem prefira,
semear tristeza e colher desconsolo,
plantar discórdia e colher solidão,
semear vento e colher tempestade,
plantar ira e colher desafeto,
semear descaso e colher um adeus,
plantar injustiça e colher abandono. 
Somos semeadores conscientes, espalhamos diariamente  
milhões de sementes ao nosso redor.
Que possamos escolher sempre as melhores, para que, 
ao recebermos a dádiva da colheita farta, 
tenhamos apenas motivos para agradecer.

(Autor Desconhecido)

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