UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Saudade



Diz respeito a falta que sentimos
do que passou
Voltará?
Uma pena só o tempo dizer
Tem cheiro de foto antiga
Ou mesmo não revelada
Tem som de certa música
Não cabe em palavras,
as vezes nem mesmo no peito
Vezenquando explode
Vieram me dizer
que foi dessa explosão
que surgiu o bonito que há em nós
Reencontro!
Outro sonho?

(Autora: Noemyr Gonçalves)

Nenhum comentário: