Monótonos se tornam os gestos
com que refaço,
com que refaço,
grão a grão, o celeiro dos dias,
mil vezes ardilosos,
mil vezes ardilosos,
na arca onde se guarda o pão
sem a pressa da fome em ávidas bocas.
Pela janela iluminada vê-se a jarra das mimosas
e o lenço colorido preso à haste do candeeiro.
É o instante em que as sombras dançam
em redor da noite perseguindo as mínimas variações
da luz no amarelo excessivo dos malmequeres
e nas asas das borboletas presas nas traves do teto.
(Autora: Graça Pires)
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