UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Faço Poesia



 Nos versos que tento escrever,
tudo parece uma  agonia,
a poesia se torna agonizante,
dolorosa e fria;
São escritos alegres e tristes,
de mistérios e de magias onde
o mundo real torna-se  imaginário,
e a poesia  mera fantasia .
Deixo as  idéias fluírem 
falar de minha  intimidade, do  meu coração
discorrer, poetar; sou livre
para poder divagar na minha  imaginação...
Sei fingir quando é preciso,
e discorro versos, procuro rimar,
e faço as palavras dançarem e se embaralhar
com a  conecção  do amor e  da emoção.
Sinto paixão naquilo que escrevo,
nas entrelinhas do tempo e pensamento.
Escrever é um dom para nos libertar.

(Autor:  José Ernesto Ferraresso)

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