UMA NÉVOA DE OUTONO O AR RARO VELA

Uma névoa de Outono o ar raro vela,
Cores de meia-cor pairam no céu.
O que indistintamente se revela,
Árvores, casas, montes, nada é meu.

Sim, vejo-o, e pela vista sou seu dono.
Sim, sinto-o eu pelo coração, o como.
Mas entre mim e ver há um grande sono.
De sentir é só a janela a que eu assomo.

Amanhã, se estiver um dia igual,
Mas se for outro, porque é amanhã,
Terei outra verdade, universal,
E será como esta [...]

(Autor: Fernando Pessoa)

  

  

 

 


 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

É hora de brilhar



Toda pessoa traz consigo estrelas
 que a vida concede.
Estrelas de brilhar, estrelas de crescer,
 estrelas de encontrar
caminho do sonho que se persegue.
Saber reconhecer os brilhos 
e as estrelas é o nosso destino.
Porque há quem se encante com o brilho 
de estrelas que não são suas e se perde.
Há quem deseje o brilho de 
outra mais distante e por isso
passa quase todo o tempo

 como passageiro, nas estações, 
à espera de um trem para lugar nenhum.
Aceitar as estrelas que trazemos
 é o que faz a diferença
entre o que queremos ser 

e o que verdadeiramente somos.
Brilhar é acreditar na força que elas têm,
desvendar seus mistérios,
 e aí então deixar que suas luzes 

se derramem alma adentro
e tanto, que carregar as 

estrelas seja como conduzir
um candeeiro, para que, 

onde quer que se vá, longe, alto,
possam os outros perceber a claridade.
Esse é o desejo: uma felicidade intensa hospedada
definitivamente em seu coração, 

como estrelas na palma
das mãos a iluminar os caminhos.

(Autor: José Oliva)

Nenhum comentário: